terça-feira, 22 de julho de 2008

Tributo a Dercy Gonçalves.


A filha de madalena
Dolores Gonçalves Costa
Pra tudo tinha resposta
E sempre brilhava em cena
Decidiu desde pequena
Que grande um dia seria
Fugiu de casa um dia
Pra tentar vida de atriz
Sem Dercy, nosso pais
Ficou órfão de alegria!

Aos dezessete de idade
Essa notável pequena
Pra poder entrar em cena
Saiu de sua cidade
Enfrentou desigualdade
Preconceito em demasia
Mais por nada desistia
No palco era feliz
Sem Dercy, nosso país
Ficou órfão de alegria!

No cinema fez carreira
Teatro e televisão
Rainha do palavrão
Mais não falava besteira
Viveu a sua maneira
Segura do que queria
Enfrentou a hipocrisia
E hoje todos pedem bis
Sem Dercy, nosso país
Ficou órfão de alegria!

Cento e um anos de idade
Oitenta e seis atuando
E eu me pergunto quando?
E com essa capacidade
Uma mulher de verdade
Saber, vigor e energia
Será que terá um dia
Um ser assim tão feliz
Sem Dercy, nosso país
Ficou órfão de alegria!

Ela falava na lata
Nunca teve língua presa
Dotada de uma beleza
Vaidosa e sensata
Do pobre ao magnata
Ela sem pudor dizia
Essa podre burguesia
Cara de pau com verniz
Sem Dercy, nosso país
Ficou órfão de alegria!

O seu puta que pariu
Eita porra e perereca
Era levada da breca
Inteligente e sutil
Sem ela o nosso Brasil
Perde um pouco da magia
Pois com tanta primazia
Ela fez sempre o que quis
Sem Dercy, nosso país
Ficou órfão de alegria

São Pedro que fique esperto
Para não levar bengala
Pois quando ela entrar na sala
Vai ter risadas de certo
Com ela o verbo é aberto
A mãe do cabra é quem chia
Se tiver burocracia
Coloca os pingos nos is
Sem Dercy, nosso país
Ficou órfão de alegria!