terça-feira, 27 de julho de 2010

A indiferença de um filho> Autor: Damião Metamorfose.

*
Não dá pra parar o tempo,
A cada dia um sol nasce.
Não adianta desespero,
Insônia só gera impasse.
Pois o mais sábio entre os sábios,
Disse: ofereça outra face.
*
Espero que ninguém passe,
Pela dor que eu passei.
E se passar que supere,
Como eu me superei.
E perdoi os agressores,
Da forma que perdoei.
*
Da filha que sempre amei,
Ganhei a indiferença.
Em silêncio eu recebi,
Silêncio por recompensa.
Mesmo sem dever paguei
Na prisão, minha sentença.
*
Muito mais do que se pensa...
A indiferença tem peso.
É o pior sentimento
Bem pior que o desprezo.
Mais pior, se vem de um filho,
Bem mais... quando se está preso.
*
Mas meu eu saiu ileso
E em vez de chorar, sorriu.
Não blasfemei nem tampouco,
Odiei quem me feriu.
Se eu sou fraco, fiquei forte,
O meu Deus não me traiu.
*
A minha fé emergiu,
Diante desse problema.
Driblei essa indiferença,
Sem criar estratagema.
Aproveitei-me do ócio,
Fiz do silêncio um poema.
*
Um oi, um telefonema,
Custa nada ou quase nada.
Mas se você quis assim,
Por mim não serás julgada.
Não te culpo e me perdoi
Se te amei de forma errada.
*
Viva o seu sonho de fada,
Sonhe, você tem direito.
Busque nas imperfeições...
O que tu achas perfeito.
Só não espere que os outros,
Amem-te assim do meu jeito.
*
O que foi feito está feito,
Torço que sejas feliz.
Mas saiba que duram pouco,
As tatuagens de giz,
E de cabeça nas nuvens,
Sonhos não criam raiz.
*
Se algum mal eu te fiz,
Espero que me perdoi.
Porque pra mim é passado,
Por ser passado, já foi.
Se outra vez acontecer,
Ligue ao menos pra dizer,
Alô, olá ou um oi.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amizade não tem preço> Autor: Damião Metamorfose.

Amizade não se inventa,
Não se compra, se conquista.
Não é uma ferramenta,
Que tem preço a prazo, a vista.
*
A amizade é benquista,
Em todo meio e local.
Não é materialista,
Nem tampouco, atemporal.
*
Amigo acima de tudo,
É ISO e tem conteúdo
Amor, calor e apreço.
*
Amigo é de sim e não,
É quem pede e dar lição...
Amizade não tem preço.

domingo, 18 de julho de 2010

Dez motivos pra te amar> Autor: Damião Metamorfose.


*
Primeiro: você me deu,
Coisas que não posso dar.
Deu-me a luz quando eu fui treva,
Filhos, de um e em par.
E inspiração pra compor,
Dez motivos pra te amar.
*
Segundo: ensinou-me a amar,
Quando eu já tinha esquecido.
Que só o amor constrói
E amor não é só libido.
Deu-me força, honra e ânimo,
Quando eu estava caído.
*
Terceiro: fez-me querido,
Amando-me como eu sou.
Mesmo estando distante,
Nunca me abandonou.
Deu tempo ao tempo e há tempos,
Seu amor me conquistou.
*
Quarto: você me encontrou
E me abordou diferente.
Eu que era um caçador,
Virei caça em sua frente.
O seu tiro foi certeiro
E a mira, inteligente.
*
Quinto: você me fez gente,
Misto de homem e criança.
Com direitos pra sonhar,
Sorrir e ter esperança.
E até ganhou uma aposta,
Ao me chamar pra uma dança.
*
Sexto: sentido que avança,
Você já me conhecia.
Eu também, de outras vidas,
Só que a gente não sabia.
E além do peso e altura,
O nosso gosto batia.
*
Sétimo: naquele dia,
Não consegui me conter.
Contei segundos, minutos...
E as horas para te ver.
Antes, durante eu não conto,
Nem depois, posso dizer.
*
Oitavo: não sei viver,
Sem a sua companhia.
Desculpe, quando não digo...
Te amo, vezes ao dia.
Sou tímido com as palavras,
Não quando escrevo em poesia.
*
Nono: amor que vicia,
Não tem cura nem pecado.
Não tem medo, mas se curva.
Um ao outro, sem culpado.
É dois em um, almas gêmeas
E por Deus abençoado.
*
Décimo: apaixonado,
Estou e quero ficar.
Obrigado minha vida,
Por saber me esperar.
Multiplique dez por mil
Motivos pra gente amar.
*
Eu te amo...
*
Dedicado a minha alma gêmea, Vitória Sena Moura.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A vida é uma prisão>Autor: Damião Metamorfose.


Seja pobre, rico, ou nobre,
As raças sem exclusão,
Por mais que digam ser livres...
Em minha opinião.
Além de teleguiadas
Limitadas, bitoladas
Faz da vida uma prisão.
*
Um amor, uma paixão,
Um amigo ou um parente.
Acaba escravizando,
Um pouco a vida da gente.
No fim ninguém sai ileso,
Quem não é escravo é preso,
Viciado ou dependente.
*
Não tem cargo nem patente,
Que é livre dessa prisão.
Ela é feita a cada dia,
Na mais total lentidão.
Vai ganhado força e forma
e contrariando as normas.
Sem deixar outra opção.
*
Se prende a uma profissão,
A família ou a um lugar.
A um amigo, um segredo.
Que não pode revelar.
Sobe os degraus da idade,
E o grito da liberdade,
Cala-se antes de gritar.
*
Sonhar e realizar,
Agir com maturidade.
Desobedecer às regras,
Perder a sobriedade.
Ser ou não ser um omisso,
Ter ou não ter compromisso,
Não quer dizer liberdade.
*
Prisão pode ser saudade,
De um amor do passado.
Ou de alguém que se foi,
Pro mundo desencarnado.
Ambição, ódio cobiça,
Inveja, ódio preguiça,
Fazem um ser limitado.
*
Pra viver encarcerado,
Não é necessária a pena.
De um júri que acusa,
Defende e depois condena.
Cada um sem perceber,
Algema-se sem querer,
Com aquilo que lhe envenena.
*
É muito comum a cena,
Em parque ou banco de praça.
Ver alguém preso a bengala,
Olhando o outro que passa.
Preso a sua revelia,
Da rotina e correria,
Refém da própria carcaça.
*
Ou preso atrás da vidraça,
Com grades pra coibir.
Que alguém roube o que ganhou,
Mas não pode usufruir.
Preso ao vicio, ou tarja-preta,
Vendo a areia da ampulheta,
Lentamente se esvair.
*
Enquanto a vida existir,
Vai ter presos nessa sela.
E já que nós somos presos,
Por culpa essa ou aquela.
Vou curtir minha prisão,
Feliz pela conclusão,
De saber que a vida é bela.
*
Fim