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Louvado seja a semente
Que cai na terra e germina
Que se alimenta da terra
E da água cristalina
Depois da flor o rebento
Seu fruto vira alimento
Pra natureza divina.
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Louvado seja a campina
E o seu verde em tom escuro.
A paz e a tranquilidade,
A sombra e o ar puro.
A árvore que vira casa
E o pássaro que bate asa,
Livre e em lugar seguro.
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A casa humilde e sem muro,
Sem grades e sem fachada.
Onde habita o Matuto
Com a sua esposa amada.
Sem ter luxo, sem mobília...
Essa sagrada família,
Pra sempre seja louvada!
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A quem dorme na calçada,
Sem cama e sem cobertor.
Com dever e sem direitos,
Com magoas, mas sem rancor.
Que o bom Deus contigo esteja
Pra sempre, louvado seja,
Quem semeia só amor!
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Do botão a linda flor,
Ao beija-flor que a rodeia.
O puro necta que serve
De alimento em sua ceia.
Eu não canso de louvar,
A quem sabe esperar
A colheita que semeia!
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A noite de lua cheia,
Dia quente e ensolarado.
Ao céu prata, cinza, azul
Escuro, quando é nublado.
Ao relâmpago no nascente
Anunciando a enchente,
Pra sempre seja louvado!
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Ao camponês calejado
Da promessa não cumprida.
Da tristeza pela falta
De respeito pela vida.
Mas louva o seu padroeiro,
De Canindé, Juazeiro,
Pirapora, Aparecida...
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Quando a graça é recebida,
Ele grita ajoelhado.
Louvado seja meu Deus
E em coro, quase ensaiado.
Ouve-se em uma só voz,
Que Deus esteja entre nós,
Pra sempre seja louvado!
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Louvo o homem do roçado,
Porque é de lá que vem.
O alimento pra mesa
De todo homem de bem.
Se por ele eu tenho apreço,
É porque eu lhe conheço,
Eu fui da roça também!
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Pra encerrar, digo amém,
Ao cordeiro imolado.
Que sacrificou a vida,
Pra extirpar o pecado.
A esse espírito do bem,
Louvado seja e amém,
Gloria a Deus ressuscitado!
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Fim.