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José Venâncio da Costa,
Homem de vários talentos...
Nasceu no primeiro dia
De Abril de mil novecentos.
O ano foi vinte e cinco,
Isso é verdade, eu não brinco
Nem jogo palavra aos ventos!
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Passou por vários momentos
Sofridos, na mocidade.
Porém o pior de todos
Que Ele nem guarda saudade.
Foi quando órfão se viu
No dia que o pai partiu
Daqui para a eternidade.
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Com oito anos de idade,
Sentindo a dor da partida.
Ele teve que enfrentar
A fase pior da vida.
“Ser arrimo de família”,
Sustentar casa e mobília,
Remédio, roupa e comida...
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Criança frágil e sofrida,
Porém não se intimidou.
Ao ver o mundo sisudo
Que a orfandade deixou.
Botou a enxada nas costas
Saiu atrás das respostas
E uma a uma Ele encontrou!
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Trabalhou, negociou,
Foi trocador de animais.
Na sua árdua rotina,
Não tinham dias iguais.
Foi “profeta” por dois anos
E depois mudou seus planos,
Profecia não quis mais.
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Fez votos matrimoniais
E doze filhos nasceram.
Desses se criaram cinco,
Os outros sete morreram.
Aos vinte e seis de idade
Comprou uma propriedade
E ali, seus filhos cresceram.
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Todos também conheceram
A dor da separação.
Quando viram a mãe querida
Partir no negro caixão.
Mas esse nobre senhor,
Bateu de frente com a dor,
Buscando a superação!
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Com a segunda união
E com mais maturidade.
Nasceram mais cinco filhos
Selando a felicidade.
E já reinava a fartura,
Em gado e agricultura,
Tempos de prosperidade.
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Usando a criatividade,
Investiu em vaquejada.
Mesmo com os prejuízos
Que tinha com a boiada.
No alto oeste do Estado,
A sua festa de gado
Todo ano era sagrada.
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Na cidade fez morada,
Mas tem um pé no roçado.
Jamais consegue esquecer
A sua paixão por gado.
Com oitenta e seis anos,
Feito um menino faz planos,
Apesar de está cansado.
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Meus parabéns meu prezado
Zeca, por tão linda idade.
Também por ser quem tu és,
Sem luxo e sem vaidade.
Seu amigo Damião...
Deseja amor e união,
Saúde e felicidade...