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Convido o caro leitor
Pra ler esta poesia.
Que no meu leigo conceito,
É importante eu diria.
Sobre coisas muito usadas
Que estão ultrapassadas
Hoje em nosso dia-a-dia!
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O pinico, quem diria
Hoje em dia é démodé.
Ele que foi tão usado
Por meus pais, eu e você...
Com vergonha até do nome,
Quase ninguém mais consome,
Podem me dizer: por quê?
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Papa-papa figo era um auê
Que assustava muita gente.
E os pais diziam que ele
Tirava o fígado da gente.
Hoje se eu for contar,
Meus filhos vão perguntar,
Pai o senhor tá doente?
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Arroto choco, quem sente
Ou quem é que ouviu falar?
Pois no meu tempo existia
Em tudo o quando é lugar.
A geladeira chegou
E o arroto se acabou,
Hoje é fútil comentar!
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Porta de ipê, jatobá
Maçaranduba e outras mais.
Breve serão proibidas
E ficam as industriais.
De vidro, alumínio e ferro,
São ecológicas, não erro
Duram e são mais atuais!
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Chá de cocô de animais,
Flor de toco quase morro.
Essa flor pra quem não sabe,
É o cocô do cachorro.
Se alguém trouxesse hoje em dia
Pra mim, essa iguaria,
Acho que eu dava um esporro!
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Hoje em dia não se tem
Os santos na sala exposto.
E o costume de rezar,
Ave Maria, ao sol posto.
Nem se toma mais: “a bença”!
Pra muito isso é ofensa...
Virou coisa de mau gosto!
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E quem sonegava imposto
Nem sempre era encontrado.
Com o sistema digital,
É melhor tomar cuidado.
E quem tentar sonegar,
O fisco vai encontrar
E acaba trancafiado!
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Ter um cavalo arreado,
Era ter bens materiais.
Significava poder,
Status entre os demais.
Hoje quem é abastado
Tem moto e carro importado...
Cavalo? Ninguém quer mais!
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Nos antigos carnavais
Tocavam frevo e marchinha.
No Maximo, quando inovavam,
Cantavam uma modinha.
Hoje pra quem inda brinca,
Tem que ouvir o: infinca...
Meu Deus do céu, que letrinha!
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Chamar a mulher de santinha
Era um jeito carinhoso.
Com sotaque nordestino,
Ficava bem mais meloso.
Hoje até mesmo a mais bela
Quer que a chame é de cadela...
Ser romântico é
pegajoso!
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Chamar satã de tinhoso,
Por ter medo do pecado.
Se confessar todo mês
Pedir pra ser perdoado.
Nesses dias atuais
Isso são coisas banais
Pra quem é ultrapassado!
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Fim.