domingo, 1 de março de 2009

A pele, autor; Damião Metamorfose.


A pele, cútis ou tez.
É a proteção externa
Tem movimentos sutis
Que protegem a parte interna
É o cartão de visitas
Ante a época da caverna

Com a ciência moderna
A pele virou postal
Corta aqui estica ali
Evite o sol e o sal
Sem a pele a aparência
É algo mais que abissal

No toque é tão natural
Pois só um toque revela
Uma paixão, um amor.
Toque detecta a seqüela
Quanto mais eu toco a pele
Mais eu penso em tocar nela

A pele é uma aquarela
Perfil de pura beleza
Com fetiche a flor da pele
Plebe rude vira alteza
O pequeno se iguala
O grande perde a nobreza

Cai muralha e fortaleza
Com nada mais que um toque
Olhos nos olhos em transe
Pele na pele, um choque.
Ferrari rende-se ao fusca
O baixo cais vira époque

O clássico rende-se ao rock
O pop ao sertanejo
Asfalto funde-se em lama
E assim nesse manejo
Quando a pele encontra a pele
Rende-se ao puro desejo

E na ternura do beijo
Num abraço sedutor
Mentes, corpos, olhos, toques.
Sussurros gritos sem dor
Mãos se enlaçam, corpos tecem.
A alquimia do amor.

Cai por terra o faz favor
Com licença ou obrigado
O preconceito de cor
Incorreto certo errado
Quando a pele encontra a pele
Metaleiro canta um fado.