segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Cordel do nosso tempo * Autor: Damião Metamorfose.



*

O Cordel do nosso tempo

Ou Cordel contemporâneo.

Lembra mais a cantoria

Por ser bem mais espontâneo.

Devido à forma que é feito

Quase em tempo simultâneo!

*

Se o “Irã” enriquece urânio

Ou se cai um avião...

Em seguida o cordelista

Pesquisa a informação.

E escreve o Cordel contando

Com detalhe e perfeição!

*

Também virou profissão,

Ninguém mais fala bobagem.

Dizendo que o Cordelista,

Escreve por malandragem.

E assim valoriza a arte,

O poeta e a sua imagem!

*

Mas não basta ter coragem,

Ter dom e inspiração...

Para abraçar a arte

E tê-la por profissão.

Para ser um cordelista,

É dom, amor, é paixão!

*

Mesmo com a televisão,

Contando esse conto errado.

Cordel encantado que,

É cordel sem ser rimado.

-Prova que o novo Cordel

Tem leitor globalizado!

*

Com o Cordel modernizado

Todas as classes tendo acesso.

Surgiram novos poetas,

Anônimos ou de sucesso.

Barateando a leitura

E acelerando o progresso!

*

Cordel escrito e impresso,

Que sempre foi singular

Ficou bem mais acessível

Para imprimir ou comprar.

Melhorou para o leitor

E o escritor popular!

*

Já cai em vestibular

E em palestra inteligente.

Cordel não é só Nordeste

Como era antigamente.

Hoje é no Brasil inteiro

E breve é no continente!

*

Essa cultura é da gente

Devemos valorizar.

O Cordel do nosso tempo

Ganhou asas pra voar.

E atravessar as fronteiras

Longínquas e o além mar!

*

E quanto mais popular

O Cordel ficar, pra mim.

Será melhor para todos...

Desde que não seja ruim.

Porque o Cordel só presta

Lapidado, “igual marfim!”

*

Esse aqui chegou ao fim

E ao bom Deus eu agradeço

Pelo dom da inspiração

Que me deu desde o começo

Até o fim, no improviso,

É dom, e dom não tem preço!

*

Fim.