quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

((Desejo Me Casar ))

Eu não quero um amor por acaso
Eu quero é um amor de verdade
 Nada de viver de ilusão
Quero minha cara metade

Quero alguém para
Acordar comigo
Me chamando de meu amor
Quero flores pelo chão
Quero viver em união
Eu não quero só paixão
Desejo um compromisso

Eu não quero só prazeres
Quero Lua de Mel
E um amor amigo
Quero aliança e
Papel passado
Eu desejo é me casar

Quero um amor maior
Não daqueles de verão
Quero alguém pra me abraçar
E caminhar comigo ...
Alguém pra me fazer sorrir
Que seja o meu herói,
E meu abrigo

Alguém que me liberte
Do vazio
Que me consome
E me ofereça o Paraíso
Alguém que
Me der  seu sobrenome
Alguém pra se casar comigo.
Vitória Moura

O dragão marinho. Autor: Damião Metamorfose.

*

Foto extraída no Google.
*
Visto por todos os anglos
O mar exprime as belezas.
E as grandezas dos detalhes,
Esconde as próprias grandezas.
Berço de vidas diversas,
De riquezas submersas,
Mistérios e sutilezas...
*
Nascido nas profundezas
Criado na escuridão.
E por milhares de anos
Foi sofrendo mutação.
É lenda e por conseqüência
Um desafio a ciência
Por respirar com um pulmão!
*
Sua primeira aparição
Foi no solo brasileiro.
Numa praia em Sergipe
Para um pescador ordeiro.
Pena que o mar que o criou
O trouxe, mas vomitou
Já exalando um mau cheiro!
*
Nadou um oceano inteiro
Com correnteza bravia.
Por milhares de quilômetros
Sem os seus por companhia.
Para ao mundo se mostrar
E aos raios da luz solar
Morreu por asfixia!
*
O seu corpo já media
Doze metros de tamanho.
Olhos grandes, dentes longos,
Corpo cilíndrico e estranho.
Ao ponto de assustar
Entes da terra e do mar...
Seja em cardume ou rebanho!
*
Seu corpo não tinha arranho,
Estava em perfeito estado.
Pode ser visto de perto,
Tocado e fotografado.
Para a ciência, um mistério,
Que poucos levaram a serio,
Muitos acharam engraçado!
*
Tudo o que foi estudado
Sobre o fundo do mar
Não revelou quase nada
Do que falta revelar.
Quem sabe as maquinas modernas
Chegue ao fundo das cavernas
E filme pra nos mostrar!
*
Cresci ouvindo falar
No radio e televisão.
Por meus pais e os demais...
Nos filmes de ficção.
Das lendas horripilantes
Com os animais gigantes
Vomitando combustão!
*
E agora eu vejo um dragão
Com a aparência sofrida.
Estirado na areia
Com a matéria falida.
Deixando um recado ao mundo,
Pesquisem o mar mais profundo
Que é lá que existe mais vida!
*

Fim.

domingo, 22 de dezembro de 2013

O SINAL ...

Nunca pare se o amor acabar
O céu não se apaga jamais
A noite começa e termina, sim
A semente sempre germina
A dor se faz ausente
Quando alegria esta presente.
Não permita que o seu Mundo
 Pare no repente...
*
À velocidade com que o tempo passa
Existe flores que o seu olhar não vê
Ah tantos sonhos não sonhados
 E tantos outros não buscado
O hoje é que é o certo
E o amanhã é sempre inesperado
Tudo irá se transformar.
*
Se o amor renascer todos os dias
Se a luz que acende em ti refletir o bem
Na vida somos como a lua
Vivemos em fase, mas todos os dias
Renascemos para ser feliz...
Para brilhar como o Sol
E se transformar como a Lua...
Esse é o sinal e não o final!
Vitória Moura

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Felicidade...


Já fui Feliz por tantas vezes.
Que vale apena lembrar.
Fui Feliz quando criança
Feliz no meu caminhar.
Feliz no meu trabalho,
Feliz em algumas mudanças
Feliz na arte de amar

Fui feliz em roda de amigos,
Com todos que conviveram comigo
Com os quais me identifiquei...
Sou Feliz com toda alegria,
Esquecendo se me machuquei

Feliz em todas minhas fantasias...
Com elas Eu só sei amar.
Exorcizando essa dor da tristeza,
Da desventura e crueza
Que me fizeram chorar...

Fui Feliz com alguns namorados
Sem branco, sem aparatos,
Sem compromisso
Nem nada no papel.,
Fui Feliz como se
Vivesse para sempre
Em uma eterna Lua-de-mel

Estou Feliz e me sinto bem...
Faço tudo que me convém,
Não me sinto só, nem abandonada...
Pela vida, estou sempre apaixonada.

Ser Feliz é simplesmente
Fazer uma festa dentro da gente...
A Felicidade que descrevo
Não é uma coisa aparente
É uma Luz que brilha a cada instante,
Para a autenticidade de toda gente.
Vitória Moura

terça-feira, 5 de novembro de 2013

No tempo dos meus avôs. Autores: Damião Metamorfose e Eduardo Viana.





Foto extraída do Google
*
*
Peço ao Deus onipotente
A inspiração soberana.
Para eu e o meu Amigo
O Eduardo Viana.
Pra falarmos de um passado
Que um acordo fechado
Valia mais do que grana!
*
Meu avô numa choupana
Passou a sua existência.
Do solo duro da terra
Tirou a sobrevivência.
Fartura tinha de lavra,
O homem tinha palavra,
Honra, caráter e decência.
*
Saúde tinha carência
Muito mais que hoje em dia.
De uma dor de veado
Ou nó nas tripas, morria.
Mas no aconchego dos lares
Mesmo com filho aos “milhares”
Tinha amor, paz e harmonia...
*
O Padre da freguesia
Viajava num jumento.
Era um luxo possuir
Um poço de cata-vento.
Pra comprar uma chibanca
Selava uma jega manca
ia comprar no FOMENTO.
*
As festas de casamento
Daqueles mais abastados.
Não excluía os mais pobres
Todos eram convidados.
E o forró de pé de serra
Levantava o pó da terra
Do piso de chão socado!
*
Naquele tempo passado
Não existia internet.
Não tinha computador,
Nem pen driver, nem disquete.
Luz era de candeeiro,
Artesão era santeiro,
Comprimido era cachete.
*
Sutiã era corpete
E até mesmo califom.
Os carros eram de bois
De longe se ouvia o som.
Virgindade era cabaço,
Quero voltar, como faço?
Oh meu Deus que tempo bom!
*
Creolina e detefon
Eram pra desinfetar.
Sob quentura de brasa
Era o ferro de engomar,
O cabo meio corcundo,
E um buraco no fundo
Pra minha vó assoprar.
*
As maneiras de brincar,
Eram vaca e boi de osso,
Cavalo de pau e anel,
De doca e cair no poço...
Nessa ultima eu me esbaldava
Pois abraçava e beijava
Oh coisa boa seu moço!
*
Vamos fazendo um esboço
Como era antigamente.
Tinha o rádio de Galena,
De válvula e o rabo quente.
Depois veio o ABC,
Não existia TV
E nem relógio oriente.
*
Homem usava espelho e pente,
Chapéu de massa ou de palha.
Mulher usava marrafa,
Touca trança e pouca tralha.
E eram lindas ora, pois
Antes da festa e depois,
Vestindo seda ou malha
*
O cigarro era de palha,
Carro chique era rural
Willis de seis cilindros
Estilo marcha Royal,
Considerada completa.
Nesse tempo bicicleta
Freava contra pedal.
*
Em pedra se usava o sal,
Sabão de tripa e oiticica.
Ter família grande era
Sinônimo de gente rica.
Hoje ter mais de um casal
De filhos não é normal
Família grande complica!
*
Da panela de canjica
Ficou lembrança e desejo.
Da fogueira de São João,
Da conversa e do gracejo.
Duma reza de novena,
Tinteiro, borrão e pena
E xinxo de fazer queijo.
*
Bicho de pé, percevejo,
Hoje não existem mais.
Beber leite com espuma
Bem cedinho nos currais.
É só uma vaga lembrança
Do meu tempo de criança
Com meus avôs e meus pais!
*
Tempos dos meus ancestrais,
Quem quiser dizer que diga.
Se rezava de quebranto,
Tontura e dor de barriga.
Destões servia de troco,
Tinha rosário de coco,
Bila e confeito de liga.
*
Guardava o milho na espiga
E se pilava em pilão.
Moía-se num moinho
Com duas ou uma mão.
Quase todo o santo dia
Na hora da Ave Maria
Ouvia-se Gonzagão!
*
Cueca samba canção,
Calça caqui Floriano.
Paletó mescla Isabel
Cabelo tipo Moicano.
Um oratório na sala,
Um rifle movido à bala,
Entupido até o cano.
*
Osso pirão e tutano,
Mungunzá, baião, farinha...
Um pedaço de toucinho
Num caibro lá da cozinha.
Bem encima do fogão,
Para deixar o feijão
Com o sabor da terrinha!
*
Naquele tempo galinha
Era só de capoeira.
Pois granja não existia
Nessa terra brasileira.
A tomate era sadia,
Agrotóxico não havia
Envenenando a ribeira.
*
Supermercado era a feira
Ou a venda na bodega.
O filho ia com o pai
A primeira vez no brega.
Quem tem mais que a minha idade
Sabe que isso é verdade
E a verdade não se nega!
*
Brinquedo era "cabra cega"
Folha de mato, dinheiro.
Se brincava de esconder
No mato ou no tabuleiro.
De polícia e ladrão mau,
Em um cavalo de pau
De vara de marmeleiro.
*
Com os frutos do pereiro
Fazia galo e galinha.
Lata de óleo era um carro
Também com um carro de linha
De preferência a corrente...
-a vida era inocente,
Sadia e menos mesquinha!
*
Meu avô em casa tinha
Um relho velho ensebado,
Com ele educou os filhos
Pra não fazer nada errado.
Foi melhor que psicólogo,
Não precisou de teólogo
Pra construir seu legado.
*
Menino ia pro roçado
Com seis anos de idade.
Se estudasse era no sitio,
Poucos iam pra cidade.
E aquele que se formasse
Quando a casa regressasse
Era uma celebridade!
*
Esse tempo na verdade
Era um tempo abençoado.
Tinha um pé de onze horas
Em um caneco plantado.
Rapadura no alforje,
Uma espada de São Jorge
Pra livrar de mal olhado.
*
Um casal de namorado,
Em um banco se sentavam.
Um numa ponta o outro noutra
E no meio os pais ficavam.
Só com direito a se olhar,
Tocar, beijar e abraçar...
Só depois que se casavam!
*
Muitas histórias contavam
Sentados no calçadão,
Numa troca de lorotas
Por não ter televisão.
Isso janeiro a janeiro,
Sob a luz do candeeiro
Quase na escuridão.
*
Foi tempo do Lampião
O temido Virgulino...
Dos senhores de engenho
E de Antonio Silvino...
E no Rio Grande do Norte
Em Patu, nasceu o forte
Justiceiro Jesuino!
*
Na chuva ou no sol a pino
Os antigos tinham fé.
E para meus ancestrais
Eu retiro meu boné.
Tempo do rifle cruzeta,
Espingarda de espoleta,
Querosene jacaré.
*
Tempo que se ia a pé
Ao Juazeiro do Norte.
Que emendar as camisas
Era um jogo sem sorte.
Pois no final se um tombava
O outro também ficava
Morto ou a beira da morte!
*
Naquele tempo o transporte
Era jumento e cavalo.
Telefone era um apito,
Despertador era o galo.
Tabaqueiro era de chifre,
Quem quiser aí decifre
O enigma que eu Falo.
*
Beber era “encher o talo”
Pouquinho era uma lapada.
Vê a missa sem o padre
Era conversa fiada.
Meu avô assim dizia:
Mas nada disso hoje em dia
Se ouve dessa moçada!
*
Aquela rapaziada
Para tudo tinha idéias,
Farinha seca curava
Caganeira e diarréias.
Daquele tempo eu listo
Lembro do caminhão misto
Que tinha duas boleias.
*
As crises de apnéias
Ou o sono que não desperta
Por doze horas ou mais,
Já era morte por certa.
Mas para os que sabiam
a rede ou caixão abriam
e a cova ficava aberta!
*
A juventude era alerta,
Não caía em precipícios.
Tinha menos acidentes
E menos gente nos vícios.
Distante de hábitos tais,
Pois o exemplo dos pais
Só trazia benefícios.
*
Os políticos nos comícios,
Prometiam a juventude
E aos mais velhos também
Mais emprego, mais saúde...
Hoje sem a ficha suja
Não mudou a dita cuja,
Queira Deus que um dia mude!
*
Aquele era um tempo rude,
Mas homem tinha respeito.
Existia garantia
Pra qualquer serviço feito.
Já dizia nossos pais
Que nos tempos atuais
Foi não foi vê-se um defeito.
*
Limpar uma roça no eito
Beber água em uma cabaça.
Ter sombra só de um chapéu,
Trabalhar quase de graça.
No passado teve um monte,
Hoje pode ter quem conte,
Mas duvido ter quem faça!
*
Corda medida por braça,
Pano medido por vara.
Feijão medido por cuia,
Balança estável na tara.
Por ruim que fosse o abrigo
Esse pessoal antigo
Tinha vergonha na cara.
*
Viajar em pau de arara
Ou no lombo de um jumento.
Não ter dinheiro no banco,
Ter um banco para assento.
Dormir em cama ou esteira,
Rede ou espreguiçadeira...
Rir até do sofrimento!
*
Lembro o pote poeirento
Que vovô matava a sede,
Dizendo: Por mau caminho
Meu neto não enverede.
Na quarta depois da janta,
Santos na semana santa
Virados para a parede.
*
Os tornos que armavam a rede
Eram feitos de madeira.
Água se botava em latas,
Ancoreta ou roladeira.
Diferente de hoje em dia
Que pra se ter água fria
Basta abrir uma torneira!
*
Nesse tempo uma parteira
Era quase uma doutora.
Para se cortar cabelos
Só precisava a tesoura.
As pílulas do doutor Ross
E as do Abade Moss
Curavam qualquer biloura.
*
Pra fazer uma vassoura,
Carnaúba ou vassourinha.
Pra manter a água fria,
Pote, cabaça ou quartinha.
Cachaça era em um barril
No litrão ou num cantil
E forte feito uma “tinha”!
*
Padre nosso e ladainha
A criançada sabia,
Tanto em casa como na
Escola se aprendia.
Hoje a coisa é diferente,
Ateu, católico e crente
Na prática da heresia.
*
Sem ser padrinho nem “tia”,
Só uma senhora ou senhor.
A gente tomava a benção
Sem ter distinção de cor.
Hoje está tudo mudado
Já não se diz: obrigado,
Com licença e, por favor!
*
Na procissão, o andor
Era levado com fé.
Vizinhos se reuniam
Para tomar um café.
Tirando contras e prós,
No tempo dos meus avós
Não era como hoje é.
*
Nós poderíamos até
Usar qualquer tom de vós
Para descrever em versos,
Antes durante e após.
Mas por aqui vou ficar
Feliz por poder lembrar
Do tempo dos meus avós!
*
Eu digo, e pensamos nós:
Deus em primeiro lugar!
Uma história puxa outra,
Alguém chegue a comentar.
Recordando e revivendo,
Damião é um adendo

Oásis de improvisar.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Desencontros...



Eu sorri tantas vezes querendo chorar
Tantas vezes Eu silenciei...
Mas o meu maior desejo era mesmo gritar
Quantas vezes calei querendo falar
Por tantas vezes Eu errei querendo acertar.
Tantas Eu amei querendo odiar,
*
Tive que pagar duras penas por não me pronunciar.
Quantas vezes disfarcei, e tive que representar
acreditando que a dor não fosse me encontrar
E ela me surpreendia mesmo quando me iludia.
A dor não há como driblar.
*
Ah... Quantas vezes pensei em recomeçar
Tendo a certeza de que seria fácil,
Mas o difícil se fez predominar.
Quantas vezes senti
Que o meu mundo iria  afundar.
E Eu juro que tentei não chorar
*
Foram tantos julgamentos! o certo e o errado,
imaginei que o errado poderia ser o certo
E o certo é que era o errado encoberto.
*
Quantas estrelas guiaram meus passos
 Direcionando-os ao acaso...
Quantas vezes perguntei  e esperei  calada
E o silêncio foi a resposta ...
Ah.. quantas vezes.
Vitória Moura

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Sou Assim...

                     

Sou ... Duas de mim Às vezes três Quatro... cinco... seis Sou uma por mês Me diversifico Tem horas que grito Vivo num conflito Mostro ao mundo minha dor Outras horas, só sei falar de amor A mais romântica Melodramática Estática Chorosa e nervosa Carente e decadente Vingativa e inconseqüente Aí quando menos me percebo Me transformo em mulher cheia de medo Cheia de reservas Coberta de sutilezas Séria e sem defesa No minuto seguinte No papel de mulher fatal Viro logo a tal sou dona do mundo Segura e destemida Altiva e atrevida Rasgo meus segredos ao meio E exponho num roteiro De poesia ou texto Agrido, inflamo Conto o que ninguém tem coragem de contar Explico detalhes que é bom nem lembrar Sou assim Várias de mim Sorriso por fora Angústia toda hora Por dentro um tormento No rosto nenhum sofrimento No corpo uma explosão de prazer Nos olhos, meu desejo deixo perceber Melhor nem me conhecer Fique com minhas letras Com as minhas palavras Na vida real sou bem mais complicada Sou mil E quem tentou, descobriu Que viver ao meu lado É viver dentro de um campo minado Prestes a explodir...

domingo, 20 de outubro de 2013

O patrão e o empregado. Autor: Damião Metamorfose.


 Foto extraída do Google.

 *
Oh Deus senhor de Abraão,
Do honesto e do safado.
Abra a mansão da poesia
Pra me deixar inspirado.
Pra falar dos dois extremos,
Do patrão e empregado!
*
Alto ou assalariado
Sabe de cor a lição.
Só conhece os seus direitos
Mas os seus deveres não.
E pensa em levar vantagem
Nos números da produção!
*
Desvantagens do patrão
É não chegar atrasado.
Não ter folga, não ter férias
Não ser ovacionado
A ganhar uma promoção
E se quebrar, ta ferrado!
*
Patrão precisa um guardado
Pra pagar o funcionário.
Precisa ter produção
Lucro não imaginário.
Funcionário quer férias
Décimo terceiro e salário...
*
O imposto é um calvário,
Juro alto, uma indecência.
Finda sobrando os débitos
E acabando a paciência.
E o empregado de férias
Forçada da previdência!
*
Parece uma penitência,
Todo mês um atestado.
Quem trabalha se aborrece
Com o beneficiado.
No final o patrão fica
Mais pobre que o empregado!
*
O bom patrão é testado,
Bom empregado também.
Com destaque ganha mais
Pois quem é bom ganha bem.
Mas direitos e deveres,
Só o patrão é quem tem!
*
Fui empregado também
E hoje sou patrão de mim.
Conheço bem os dois lados
Do não o talvez e o sim.
Das vantagens, desvantagens,
Sei o que é e o que é ruim.
*
No emprego é sempre assim,
Antes da experiência.
O patrão promete aumento
Se atender toda pendência.
No fim patrão dá descontos
E empregado a previdência!
*
O salário é uma esmola
Os juros são muito altos.
Um pedido de aumento
Pesa mais que os assaltos.
E assim patrão e empregado
Equilibram-se nos saltos!
*
Quer viver de sobressaltos?
Tente um dia ser patrão.
Pagar férias, décimo, fundo
De garantia e o leão...
Quem vive com um salário
Não sabe o que é pressão!
*
E os dois lesados são
Pelo imposto de renda.
Não sei se é melhor ser cana
Ou se é melhor ser moenda.
Só sei que um sem o outro,
É despacho sem oferenda!
*
Um põe cana na moenda,
Outro vive com um salário.
Se um quebrar, para o outro,
É engraçado, e hilário.
Quanto mais um é esperto
O outro se sente otário!
*
Quem emprega tem fadário,
No bolso no fim do mês.
Paga isso e paga aquilo
Paga as contas que não fez.
E o empregado gasta
Para mostrar que tem vez!
*
E nesse antigo xadrez
De patrão e empregado.
Em que um se julga esperto
E outro se acha explorado.
Quando um acaba falido
O outro é desempregado!
*
Não cresce o mau empregado
Patrão ruim vai à falência.
Sendo bons e esforçados
Crescem na mesma cadência.
Se um precisa do outro,
Precisa mais paciência!
*
Patrão não muda a tendência
Quando retorna ao seu lar.
Na semana ou feriado
Não sabe o que é descansar.
E o empregado vive
Feliz e sem se estressar!
*
Sei quem vive a trabalhar
E diz que é um escravo.
Mas tem casa, carro e moto
E não deve um centavo.
Vive melhor que o patrão
Que só tem cara de bravo!
*
Um recebe sem agravo
O adicional noturno.
Hora extra e outras tantas,
Se noturno ou diurno.
Mas quem é patrão trabalha
Toda hora e em qualquer turno!
*
Patrão calça o seu coturno,
Seja em casa ou na empresa.
Empregado marca o ponto
Sem pensar na incerteza.
Pois tem no final do mês
Seu salário por certeza!
*
Na luta por pão na mesa
E bom salário também.
Tem patrão que ganha pouco
E outros que ganham bem.
Tem empregado que guarda
Bem guardado o que ele tem!
*
Se o empregado tem
O batente e o patrão.
O patrão tem o empregado,
O batente e o leão.
E um precisa do outro
Pra poder ganhar o pão!
*
Deus me deu a inspiração
Ai foi dado o recado.
Mais defesa que ataque
Indo e vindo com cuidado.
Assim nasceu o Cordel
O patrão e o empregado!
*
Damião Metamorfose.




terça-feira, 17 de setembro de 2013

O que se encontra na feira... Autor: Damião Metamorfose.

*
Foto extraída do Google
*
*
Deusa santa inspiradora
Faça-se em mim hospedeira.
Para que eu possa abordar
Uma Historia verdadeira.
Contando o que a gente pode
Encontrar em uma feira!
*
Na barraca e na esteira
Encima e embaixo da banca.
Entre secos e molhados
Tem feijão de corda e arranca,
Fava, milho, mandioca,
Faca, facão e chibanca...
*
Picareta e alavanca,
Enxadecos e enxada.
Ração pra burro e pra pinto,
Vaca leiteira e apartada...
Chicote de couro cru,
Curtido e sola sovada...
*
Bolo fofo e garrafada,
Café, chá de erva cidreira.
Batata de purga, enxofre,
Banquinho, espreguiçadeira.
Tamborete e urupemba,
Tudo isso tem na feira!
*
Caçarola e frigideira,
Panela e alguidar de barro.
Chá de batata de purga
Que é bom pra tirar catarro
Do peito do viciado
No cachimbo ou no cigarro!
*
Roda de pau para carro
De mão daquelas antigas.
Também tem casa das primas
Onde tem algumas brigas.
Dos fregueses que disputam
O amor das “raparigas”
*
Milho verde e nas espigas,
Cru, cozido e assado.
Em cuias ou mesmo no quilo
A granel ou ensacado.
Nas feiras se encontra até
O que não foi inventado!
*
Tem remédio pro cansado,
Garrafada pra lombriga.
Pomada de padim ciço,
Cura de um câncer a fadiga.
E todo tipo de chá
Pra curar dor de barriga!
*
Lá tem carranca e tem figa,
Tem bule e tem caçarola.
Pedra de amolar foice,
Machado e o que mais se amola...
Sela, cangalha, rabicho,
Cia, cião, rabichola...
*
Ir a feira é show de bola
Prazer sem comparação.
E além de encontrar amigos,
Compra o que tem precisão.
Mas cuidado com a carteira,
Pois lá também tem ladrão!
*
Encha a bacia meu irmão!
Assim gritava o feirante.
Compre seis leve uma dúzia...
Um bordão a cada instante.
Por mais que seja sortida
Na feira o grito é importante!
*
Na feira tem um montante
Quem nem vão para gastar,
Mas para pedir esmolas
A aquele que quiser dar.
Na feira também se encontra
Um bom Cordel pra comprar!
*
Na feira tu vai achar
Banha de cágado e teiú.
Casca de tudo que é pau,
Raiz até de chuchu.
Manzape e tapioca,
Cajá, cajarana, umbu...
*
Avoante e sanhaçu,
Galinha d’água e patola.
Canário e galo campina,
Louro, sabiá e gola...
Tudo se encontra na feira,
Morto ou preso na gaiola!
*
Tem tareco e mariola
Tem calça bermuda e manto
Com os preços diferentes,
Mas juntas no mesmo canto.
Na feira também tem banha
De todo tipo de santo...
*
Tem banca em todo recanto
Tem quem recita e quem canta,
Um que fala outro que grita,
Leve a rede e ganhe a manta
E um cabaré “chei” de quenga
Todas com cara de santa!
*
Bijuteria que encanta,
Bota chapéu e perneira,
Pato galinha e guiné,
Facão e faca peixeira.
Não tem no supermercado?
Com certeza tem na feira!
*
Bem pertinho na ribeira
Ou longe em algum lugar.
Em barracas fluviais
E eu acho que até no mar!
Tem um feirante, uma feira
Com um grito a ecoar!
*
Tudo o que tu procurar
Ou não procurar também.
Tem gente que vem e vai
E no meio delas tem
Os beradeiros que fazem
Nota falsa de um a cem.
*
Tem guisado de acém
Fígado de porco e buchada.
Sarapatel, mocotó,
Galinha e vaca atolada.
Na feira se come e bebe
E o preço é bem camarada!
*
Para quem tem quase nada
Tem roupa bem baratinha.
Tem rede, tem mosquiteiro,
Tem remédio e tem meizinha.
Tem velha que lê a mão
Tem remédio até pra “tinha”
*
Tem de tudo que é caninha,
O velho e bom alcatrão
Famoso são João da barra
Que derruba até o cão.
Que o rotulo diz que se toma
Puro, com leite ou limão!
*
Tem alcachofra e melão
Tamarindo e cajarana.
Fumo do bom e de rolo,
Refresco e caldo de cana.
E em cada esquina se encontra
Uma banca de banana!
*
Tem mel de cana caiana,
Soda caustica e parafina.
Combustível clandestino
Tem nos fundos da oficina
E aonde vende araruta
Tem denim e brilhantina...
*
Tem grito em toda esquina
De feirante e vendilhão.
Tem bainha para foice,
Moinho e mão de pilão.
Conhecidos indo e vindo
E muito aperto de mão!
*
Tem frango, galo e capão,
Abatido e pra abater.
Na feira se vê de tudo
De bom ou mal proceder.
E enquanto tiver quem compre
Vai ter sempre o que vender!
*
Tem borracha pra fender
E a torneira não pingar.
Tem pinga para quem gosta
De beber, se embriagar.
E um tira gosto de gato
Que se come sem pagar!
*
Na feira tem pra comprar,
Lata, latinha e latão.
Xícara, pires e prato,
Pinheiro, pinha e pião.
Na feira se compra até
Agulha para injeção!
*
Tem cartucho e munição,
Para a espingarda de soca.
Sem mira e com o cano torto
Pra pegar mocó na loca!
Linha nylon pra tarrafa,
Bóia de rolha e taboca.
*
Dez tapias e uma maloca
No jogo do cinturão.
Prometem ganhar dinheiro
Que vai de zero a um milhão.
E o matuto se lasca
Perdendo até o calção!
*
Tem honesto e ladrão...
No beco do vuco-vuco.
Tem o bar das quatro bocas
Com umas mesas de truco
E ao fundo é um cabaré
Cheio de velho e caduco!
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Tem panela, tem cumbuco
E se tratando da flora...
Tem canela em pó, em casca,
Tem folhas, raízes, tora.
E um tratamento educado
De senhor e de senhora!
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Dentro da barraca ou fora
Se encontra coco e cocada.
Mamão, melão, melancia,
Meia, inteira e por taiada.
Tem até ovo no espeto,
Porco, frango e carne assada...
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E entre bancas e calçada
Vai a feira desfilar.
Uns pra encontrar amigos
Outros que vão para comprar,
Seja o que for fazer
Na feira é um bom lugar!
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E quando a feira terminar
Fica o lixo pelo chão.
Resto de frutas, comida,
Latas, papel, papelão...
Mas logo os recicladores
Catam, vendem e compram pão...
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Deus me deu a inspiração
A história foi verdadeira
Mas ficaram muitas coisas
Impróprias e desordeira.
Assim sendo foi contado
O que se encontra na feira!
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Damião Metamorfose.