sábado, 23 de outubro de 2010

Terra de ninguém* Autor: Damião Metamorfose.



Eu comparo a violência,
Do mundo globalizado.
Com tantos crimes e roubos
Que existem por todo lado.
Com um boi no pasto gasto,
A uma boiada no pasto,
Dividindo esse bocado.
*
Sai coice pra todo lado.
Patadas e empurrão.
O boi sabe usar os chifres,
Os homens brigam na mão.
Na pedra e faca peixeira,
Revolver e mira certeira
De mísseis, bomba e canhão.
*
Homem tem fome de pão,
Mas não divide a comida.
Quando está só, se farta,
Mas ao tê-la dividida.
Esquece a inteligência,
Parte para violência
E a barricada é erguida
*
Transforma-se em homicida
E suicida também.
Por não saber dividir
O que ele pensa que tem.
Ai começa o combate
E nesse bate e rebate,
Acaba morrendo alguém.
*
O boi não sabe a que vem,
Na sua missão na terra.
Quando sente fome ou sede,
Vai para a porteira e berra.
O homem sai assaltando,
Matando ou sequestrando,
Por ambição faz a guerra.
*
O boi não sabe que erra,
Não pensa nem compreende.
Luta pra ter mais espaço,
Mas sempre um dos dois se rende.
O homem estando rendido,
Diante do enfurecido,
Morre e nem se defende.
*
O pobre boi não entende,
Seu espaço resumido.
E morre de fome ou sede
Mas não mata o combatido.
O homem entende sim,
Porem com instinto ruim,
Mata e acha é divertido.
*
O boi não tem o sentido
Nem tem a compreensão.
Se ele soubesse faria
Com certeza, a divisão.
Já o homem ambicioso
É um animal perigoso,
Mata pai, filho e irmão.
*
O boi não tem ambição,
Nem sabe a força que tem.
Se soubesse com certeza,
Usava fazendo o bem.
Homem sabe, usa e faz guerra,
Por isso o planeta terra,
Virou terra de ninguém.
*
Fim
*
23/10/2010