sábado, 14 de abril de 2012

Saudades da Vida




Sinto carência de vozes,
Risos estridentes a contagiar
Ou mesmo de choros e gritos
Na calada da noite para agitar.
Carência da pessoa amada para namorar,


Trocar uns afagos e carinhos ousados.
Andar nas calçadas, contemplar o luar,
Perceber em qual fase a lua está
E no brilho de estrelas me perder, e me achar,
Descobrir que uma delas já mudou de lugar...


De repente quero deixar a saudade adentrar,
Preencher o espaço de quem não vai voltar.
Desejo entrar num boteco, beber a cerveja
Que há tempos atrás ficou esquecida,


Rever os amigos, fazer poesia,
cantar e dançar, cair na boemia.
Ver gente, tocá-la, beijar
Quero ficar enternecida,


Quero liberar sentimentos
Seqüestrados por máquinas
Que amargam a doçura da vida de outrora
E roubam-me a magia que necessito agora.

O sinal...





       Já foi dado a largada...
Todos estão olhando para o sinal da partida.
Partículas de vida se espalham na ida.
Viagem que não deve ser interrompida,
Adiada ou antecipada.
Irreversível é essa corrida.
*

Aos que persiste, essa estrada é curta,
Existe um tempo exato para cumprir –se a labuta.
A vida é longa e árdua aos que desiste da luta,
Vivendo na incerteza desta hora tão incerta...
Que em seu peito o âmago aperta.
*

Existem aqueles que ficam parado...
Acorrentado e alienado
Preso ao preconceito e seus pecados.
Esquecendo-se deste seu tempo precioso,
Tempo esse desperdiçado
E jamais recuperado.

*
Qualquer que seja a estrada
Ficarão sempre nela cravado
As rosas plantadas e não colhidas,
Espinhos doridos, o sangue vertido
Sejam eles evoluídos ou desprendidos,
*

Ande, caminhe e nunca desista,
Ainda que seja pra aquele lugar
Que não exista
Todos podem ser encontrado.
Até mesmo sonhado, o seu dia
Irá chegar...

*
Caminhar significa crescer,
A vida não deve jamais ser vivida em vão
Devemos dar para a alma o seu pão.
Sem pensar na chegada,
Nem sonhar em retroceder.
Porque parar...
É o mesmo que morrer...




Vitória Moura