segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Como viver sem dinheiro... Segunda parte Autores: Damião Metamorfose e Eduardo Viana.


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E,V
Com a seca no sertão
Morre boi e morre vaca,
Você sem uma pataca
Para comprar de ração.
Capenga o boi barbatão,
Definha o boi marroeiro.
Você pobre fazendeiro
Ver seu gado em alvoroço,
Já secou o último poço
Salve o gado sem dinheiro
*
D,M
Por ser fazendeiro honesto,
E amigo dos que tem mais...
Pra salvar meus animais
A dois por um eu empresto.
O que sobrou deste resto,
Arrumo a algum meeiro.
Em janeiro ou fevereiro...
Tem inverno, e o meu gado
Volta gordo ao meu roçado
Sem precisar de dinheiro!
*
E,V
Você leva uma virada
Depois que tomou um vinho,
Arranha o corpo todinho
Fica de cara amassada.
Ali não existe nada
Está faltando  enfermeiro
Faltando médico e maqueiro
E carro da Prefeitura.
E agora, criatura!
Como se sai sem dinheiro?
 *
D,M
Com a fé que tenho em Deus Pai,
Peço ajuda em oração.
E fico quieto no chão,
Pois quem tá no chão não cai.
Sem gritos nem ai ai ai...
Mantenho a calma, e primeiro.
Ligo pro meu bairro inteiro
A cobrar com o celular.
Até que um vem me buscar
Sem precisar de dinheiro!
*
E,V
Para fazer uma casa
Você não tem um vintém
Nem crédito no armazém
Pra cavar a base rasa.
Você é da classe vasa
E não conhece um pedreiro,
Servente nem carpinteiro,
Não tem favor, nem fiado.
E sendo inutilizado
Faça a casa sem dinheiro.
*
D,M
Vou pra beira da estrada
Perto da periferia.
E ali em menos de um dia
Faço uma casa reciclada.
Papelão, lata amassada...
Peço emprestado ao lixeiro.
O prefeito vem ligeiro
Troco o meu voto num teto.
Ganho a casa de projeto
Sem precisar de dinheiro!
*
E,V
Você precisa pagar
Carnê do I.P.V.A.
O  I.P.T.U. de lá
Já começaram cobrar.
Material escolar,
Tudo no mês de janeiro.
Jà foi o décimo terceiro
E o resto da poupança.
Falta a farda da criança,
Dê seu jeito sem dinheiro.
*
D,M
Troco o carro em um quitado,
A casa em outra okei.
A farda e os livros Ganhei
Do governo do Estado.
Como já está arrumado
Meu problema financeiro.
Tenho mais um ano inteiro,
Para poder planejar.
Como viver sem gastar
Um centavo de dinheiro!
*
E,V
A feira dos animais
Você foi pra visitar
E lá resolveu comprar
Dez gaiolas de pardais.
Lá na frente comprou mais
Um bode pai de chiqueiro,
Uma macaca, um carneiro
E um jegue encangalhado.
Sem ter um tostão furado
Como comprou sem dinheiro?
*
D,M
Compro os dez pardais fiado,
Numa gaiola eu coloco
As três gaiolas eu troco
No jumento encangalhado.
Troco seis no bode “erado”
Na macaca e no carneiro.
Como eu não sou caloteiro
Volto e devolvo os pardais.
Levo os outros animais...
Sem precisar de dinheiro!
*
E,V
Damião salvou o gado,
Eu viajei sem passagem
Fiz boa camaradagem
Comprando coisas fiado.
Enganei supermercado,
Enrolei um muambeiro.
Damião comprou carneiro,
Fez casa de lata urgente,
Escapou dum acidente
Sem precisar de dinheiro.
*
D,M
E - Mas já na prorrogação
Sem ter mais tempo pra nada
Eu pergunto ao camarada
Meu amigo Damião.
Você toma a decisão
E procura um gazeteiro,
Noveleiro ou jornaleiro
Pra publicar o cordel,
Não tem nem o do papel.
Como edita sem dinheiro?

D ,M
O meu amigo Altair
PANTERA CORDELARIA
Disse pra mim outro dia
Que desejava imprimir,
Falei: Pode prosseguir
Meu amigo folheteiro.
Divulgue no mundo inteiro!
Ele imprime e me dar uns,
Eu ficarei com alguns
Sem precisar de dinheiro.
*
E,V
E-u embarquei sem passagem
D-amião salvou o gado.
U-ma enrolada, um fiado
A-judou-me na viajem.
R-egressei sem ter passagem
D-ancei nu, fiz embolada.
O amigo fez morada,
V-aleu-se até do lixeiro.
I-PTU de janeiro
A-chou melhor não pagar,
N-um Hospital fui parar,
A-lmocei sem ter dinheiro.
*
D,M
Em troca eu nunca fui bom
Nem sou de comprar fiado.
Mas aqui fui obrigado
A “mentir” em alto tom.
Foi Deus que me deu o dom
De Poeta e cordeleiro.
E ao lado de um bom parceiro
Tipo: Eduardo Viana
Eu dei uma de bacana
Sem precisar de dinheiro!
*
D,M
D o inicio até o fim,
M ergulhei em um perrengue
um mosquito da dengue
T ombou meu corpo e foi ruim.
A gora é que posso enfim
M andar a estrofe acróstico.
O-nde o meu diagnóstico
R-elata sobre o hospedeiro.
F-aleipor ser verdadeiro...
O-brigado meu amigo
S-empre é bom cantar contigo
foi melhor sem dinheiro!
*
Fim.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Tributo ao Poeta Ademar Macedo... Autor: Damião Metamorfose.




O céu recebe um Poeta,
Um homem de alma pura,
Um defensor da cultura
De uma forma dileta.
Não sei se alcançou a meta,
Mas sem Ele o que seria?
Bom em tudo o que fazia
Cada estrofe era um troféu.
Ademar foi para o céu,
Nas asas da poesia!
*
Ao encontrar seu irmão
Senhor Francisco Macedo.
Que foi ante e tão cedo,
Abraçou com emoção.
Depois entrou na mansão
Pra descansar por um dia.
Sem ter julgo a revelia
Pois Ele nunca foi réu.
Ademar foi para o céu
Nas asas da poesia!
*
E eu que tive o prazer
De conhecê-lo de perto
Sei que Ele está liberto
E começou a viver.
Deus levou-o só para ter
Lá no céu mais alegria.
Declamação, cantoria...
Agora não ficam ao léu.
Ademar foi para o céu
Nas asas da poesia!
*
Autor do mote: Sebastião Cirilo
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Das glosas:
Damião Metamorfose.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Se eu morrer antes de você... Autor: Chico Xavier. Poetizado por: Damião Metamorfose.


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Foto extraída no Google
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Se eu morrer antes de ti,
Peço que faça um favor:
Chore o quanto quiser,
Ou não chore se se opor,
Se não conseguir amigo...
Não se preocupe comigo
Ria se não sentir dor!
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Se alguém disser... O que for
Comentado ao meu respeito,
Acrescente a sua versão
Depois de ouvir bem direito.
Corrija se exagerarem,
Defenda, se criticarem,
Porque só Deus é perfeito!
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Se tentarem dá um jeito
De fazer em mim, um santo
Mostre que eu tinha um pouco
De santo, porém nem tanto.
Estava longe de ser
O que pintavam... A seu ver,
Mas era um ser de encanto!
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E se para o seu espanto
Tentarem fazer comigo
Um demônio, diga que:
Não mereço esse castigo.
Mostre que a vida inteira,
Fui pessoa verdadeira
E tentei ser bom amigo!
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Se escrever um artigo
Ou uma frase, diga assim...
“Foi meu amigo por que
Sempre acreditou em mim
E sempre me quis por perto!”
Ai então se achar certo
derrame uma lágrima enfim!
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Eu não estarei mais sim,
Presente para enxugar
Mas não faz mal meu amigo,
Pois sei que em meu lugar
Outros amigos estão
E sei que eles o farão
De tudo pra o consolar!
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Gostaria de avisar
Pra você que viva bem
Sabendo que vai morrer
E que morra como quem;
Soube que viver direito,
É ter paz e amor no peito
E um bom amigo também!
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A amizade só tem,
Mais sentido e mais apreço.
Quando traz o céu pra perto
Da gente, e sem cobrar preço.
Não se usa (Amigo) a esmo
E se inaugura aqui mesmo
Antes do “fim” o seu começo!
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Mas se acaso eu morrer antes
De você, acho que não
Vou estranhar lá o céu
Porque pude aqui no chão
 “Ser seu amigo, é pra mim
“É um pedaço dele...” sim
Ser seu amigo é uma benção!
*
Fim.