quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A medida do ter> Autor: Damião Metamorfose.


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Na corrida pelo ouro,
Ninguém quer subtração.
Quem tem cem deseja mil,
Ao ter mil quer um milhão.
Depois de velho e cansado,
Vê que perdeu o passado
E o presente é exaustão.
.
Por inveja ou ambição,
Muita gente tem vivido.
Enquanto soma em riquezas,
Seu tempo é subtraído.
Depois que perde a saúde,
Não tem dinheiro que ajude,
Torna-se um rico falido.
.
O seu tesouro escondido,
Conquistado com trapaça.
Fica sempre mais inútil,
A cada dia que passa.
Tudo o que sempre sonhou
teve, mas não desfrutou,
Serviu pra que, qual a graça?
.
O seu dia é uma devassa,
A noite uma eternidade.
Tem por companhia o ego,
A depressão te invade.
Sem tempo pra reagir,
Só o que resta é sentir,
Angustia dor e saudade.
.
Perdeu a flor da idade,
Concentrado no seu sonho.
Hoje cansado e doente,
Pesaroso e enfadonho.
Conseguiu o seu tesouro,
Mas é o brilho do ouro,
Que te deixa mais tristonho.
.
Seu pesadelo é medonho,
seu corpo perde o calor.
Tem tudo que o ouro compra,
Inclusive a própria dor.
Vive em seu mundo isolado,
Com tanto ouro guardado
e a vida não tem valor.
.
Nunca teve um grande amor,
Nem sequer uma companhia.
Mergulhado no seu sonho,
Competição, correria.
Hoje sozinho em seu canto,
Mata a sede com o pranto,
Que vem da alma vazia.
.
A paz que tanto queria,
É uma guerra de horrores.
Conseguiu ser respeitado,
Ser senhor entre os senhores.
Sem sequer ter um afago,
Embriaga-se com um trago,
No cálice das próprias dores.
.
Esqueceu tantos valores,
Buscando um objetivo.
Magoou e atropelou,
Às vezes sem ter motivo.
Pra depois ficar sozinho,
Bebendo o amargo vinho,
Da safra de um morto vivo.
.
Quem passou pelo seu crivo,
Decerto foi depenado.
Seu jogo não permitia,
Ter um final empatado.
Buscou tanto enriquecer,
Que a medida do ter,
O deixou exterminado.
.
Pra que ouro acumulado,
E não conseguir viver?
Porque perseguir um sonho,
Realiza-lo e sofrer?
A vida é pra ser vivida,
Não pra se ter por media,
Só a medida do ter.







quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Atalhos> Autor: Damião Metamorfose.

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Já fiquei esperando o que não vinha,
Quando veio não veio só para mim.
Com o olhar disse não, com a boca um sim.
Mas verdade no sim, vi que não tinha.
 .
Hoje vejo que a falha foi só minha,
Mas não culpo a ninguém por minha falha.
Nem tampouco a joguei numa fornalha,
Pois seria outra falha mais mesquinha.
 .
Mesmo falho eu não quero mais ser falho,
Nem escolho o caminho pelo atalho.
Meus atalhos só me levaram a dor,
 .
Sem ou com vivo as minhas emoções.
Dispensando os atalhos das paixões,
E vivendo a paixão com meu amor.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Louvado seja> Autor: Damião Metamorfose.

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Uma serva exemplar até que um dia,
Despertou em seu mundo um outro mundo.
Vinte anos de casta em um segundo,
Transformou sua calma em rebeldia.
.
Novo amor, nova droga e nova orgia,
Cada novo a levava a nova dor.
Sobra pânico e carência e falta amor,
Desperdício de tempo e energia.
.
Sua vida era um nada ou quase nada,
Sem amor, lar e filho, abandonada.
Alma oca e descrente, pouca almeja,
.
Mas reclusa em seu intimo busca ajuda.
Pede a Deus força e fé e a vida muda,
Volta à paz, calma e lar, louvado seja.

domingo, 20 de setembro de 2009

Amor sem dor sem censura> Autor: Damião Metamorfose.


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Quero te dar o melhor,
Ser a real ficção
Entregar-me sem censura,
Exaurir essa paixão.
Tocar com a palma a alma,
Tirar e te dar à calma,
Sem ferir seu coração.
.
Quero servir-te de pão,
Devorar, ser devorado.
Saciar a nossa sede,
E o nosso desejo airado.
Usar código, truque e senha
E que nenhum de nós tenha,
Direito algum reservado.
.
Que esse coito seja alado,
Ávido, suave e sedento.
E o êxtase seja total,
Implacável e cem por cento.
Quero demarcar seu muro,
Desprogramar seu futuro,
Invadir seu pensamento.
.
Por em pratica o nosso intento,
Ter o passado excluído.
Fazer dessa noite, a única,
E libito seja a libido.
Orbital, conexo e nexo,
Idem côncavo e convexo
E o que for permitido.
.
Não existe o proibido,
Ou mate a nossa secura.
Não cabe a ninguém julgar,
Se é sensatez ou loucura.
Mas não quero residir,
Porque desejo partir,
Depois dessa noite escura.
.
Eu sei que essa ruptura,
Pode até te causar medo.
Mas por favor, não se assuste,
E nem me aponte dedo.
Não queira saber quem sou,
De onde venho aonde vou,
Guarde essa noite em segredo.
.
Descanse, eu acordo cedo,
Cedo também vou partir.
Não tente me decifrar,
Nem tão pouco me seguir.
É só minha essa procura,
Preciso dessa aventura,
Ela me faz existir.
.
É inútil me impedir,
Se for essa a intenção.
Eu só sei seguir em frente,
Não aceito objeção.
Quero e dou tudo de mim,
Mas eu só sei dizer sim,
Ao que manda o coração.
.
Se foi amor ou paixão,
O que vivemos agora.
Só depois vamos saber,
Pois tudo tem tempo e hora.
Seja sim não ou talvez,
Vamos amar outra vez?
Que logo mais vou embora.
.
Antes do romper da aurora,
Eu já estarei distante.
Guarde o melhor que vivemos,
Esqueça se fui rompante.
E se lembrar, por favor,
Lembre essa noite de amor,
Não o meu eu inconstante.
.
Se não fui um bom amante,
Ao menos fui verdadeiro.
Não pretendo ser o ultimo,
Nem tampouco o primeiro.
Comigo é sempre assim,
Eu dou o melhor de mim
Mas deixo no travesseiro.
.
Não sei me dar por inteiro,
Não por ser um ser mesquinho.
É porque sou andarilho
E pra seguir meu caminho.
Eu evito fazer plano,
Nesse meu mundo cigano,
É melhor andar sozinho.
.
Beba o meu mais puro vinho,
De safra seleta e pura.
Coma-me, mata-me a fome,
Cavalgue o meu eu miura.
Se entregue, ame com furor,
Que a noite é única, é de amor,
Amor sem dor, sem censura.
.
Fim,
Talvez,
Não,
Ou
Sim.
Quem
Sabe?
A
Resposta
Ao
Tempo
Cabe.
Inté...
20/09/2009










quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Tela poética> Autor: Damião Metamorfose.


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Eu sempre quis ser pintor,
Pra por mais cor no meu dia.
Por mais que eu tivesse idéias,
Uma sequer não fluía.
Jamais pintei uma rela,
Mas sempre imaginei ela,
Pintada com poesia.
.
A inspiração que me guia,
Assim tão suavemente.
Leva-me para o futuro,
O passado e o presente
Amplia a minha visão,
E na imaginação,
Pinto o mundo em minha frente.
.
Com ela eu simplesmente,
Sou um poeta e pintor.
E a minha tela poética,
Tem vida contraste e cor.
Cada estrofe que assino,
Tem um pouco do menino,
E o adulto sonhador.
.
Com letras eu pinto amor,
Com rimas faço a moldura.
Com a oração e métrica,
Cor e sabor e textura.
Deixo tudo bem dosado,
Passaporte carimbado,
Na viagem da leitura.
.
Eu faço a minha pintura,
Natural e concentrada.
Pautada em fatos reais,
Ou historias inventada.
O meu estro criador,
Deixa a tela com sabor
Pronta pra ser degustada.
.
Nela eu ponho o pó da estrada,
E o suor do meu rosto.
O cricrilar dos insetos,
Os raios de um sol posto.
A lua beijando o mar,
Ai é só misturar,
Tá quase pronto o composto.
.
A mistura estando a gosto,
E a tela bem preparada.
Começo a minha vigem,
Crio a minha própria estrada.
Letra a letra, verso a verso,
Eu pinto o meu universo,
Meu reino ou conto de fada.
.
Na primeira pincelada,
A minha mente incendeia.
O sangue ferve e transborda,
Dilatando vaso e veia.
O meu horizonte cresce,
Esqueço qualquer estresse,
E a minha alma passeia.
.
Vou tecendo a minha teia,
Com oração, rima e métrica.
Pra ficar mais relaxado,
Uso a mecânica cinética.
Vou juntando letra e tinta,
E assim minha mente pinta,
A minha tela poética.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tolerância zero> Autor: Damião Metamorfose.


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Esse aviso é pra você,
Que é rico ou é plebeu.
Que é crente ou descrente,
Ou simplesmente um ateu.
Que é falso ou verdadeiro,
Discorda do meu roteiro,
Ou pensa assim como eu.
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Comigo escreveu não leu,
Ou algo assim parecido.
Eu já vou logo isolando,
Não concordo e nem duvido.
Se não jogo, não aposto,
Pra saber o que não gosto,
Deixo bem esclarecido.
.
Mulher que bate em marido,
Homem que bate em mulher.
Nem vou fazer comentários,
Caio fora e se puder.
Eu não passo nem por perto,
Pois se o ditado está certo,
Não vou meter a colher.
.
Pessoas que muito quer,
Mas não quer se esforçar.
Vive sonhando acordado
E vive sem trabalhar.
Se vier pedir conselho,
Mando se olhar no espelho,
Pra poder se enxergar.
.
Quem gosta de perguntar,
O que já está sabendo.
Já tem conceito formado,
Mas quer ficar remoendo.
Acho bom tomar cuidado,
Se não tiver preparado,
Com uma ele sai correndo.
-
Quem vive se maldizendo,
Dando uma de coitado.
Não se encaixa no presente,
Só fala sobre o passado.
Na primeira arisia,
Eu jogo a carroceria,
Não senta nem do meu lado.
.
Caloteiro e descarado,
Se eu pudesse exterminava.
Se dependesse de mim,
Nem o feto se gerava.
Se gerasse não nascia,
Se nascesse não crescia,
-
Se crescesse não vingava.
Gente falsa eu isolava,
Mas nem tudo é como eu quero.
Agora que me conhece,
Já sabe o que não tolero.
Pense antes de falar,
Porque vou continuar,
A ser tolerância zero.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A um passo do final > Autor:Damião Metamorfose.

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Eu sou de um tempo que:
Tudo era bem diferente.
Comparado ao que vejo,
No nosso tempo presente.
Por isso é que vez em quando,
Eu fico me perguntando,
O que vem daqui pra frente?

O povo de antigamente,
Era bem mais fraternal.
As pessoas se falavam,
De forma mais cordial.
Mas o que vejo hoje em dia,
É estresse e correria
E a violência infernal.

Se o homem é racional,
Tem poder pra distinguir.
Sabe que é bem melhor,
Dar perdão do que pedir.
Porque cultiva o rancor,
E em vez de fazer amor,
Usa o amor pra ferir?

A meu ver evoluir,
É algo bem diferente.
Do que eu costumo ver,
Na evolução dessa gente.
Que herdou de Deus a terra,
Mas trocou a paz por guerra,
O sadio por doente.

Cada vez mais decadente,
A cada dia que passa.
Os homens com seus desmandos,
Vivem fazendo devassa.
É o planeta agonizando
E as espécies caminhando,
Para a extinção em massa.

O ar já virou fumaça,
A água está poluída.
Desmataram toda a flora,
A fauna foi destruída.
Assorearam a nascente
E a terra sem nutriente
Germina, mas não tem vida.

Evolução suicida,
Que insiste em andar pra traz.
Gasta o que não tem com guerras,
Ou falso acordo de paz.
Negocia com ateus,
Vende o nome de Deus,
Faz pacto com o satanás.

E enquanto o planeta jaz,
O homem e sua demência.
Anunciam as boas novas,
Em fase de experiência.
Os nobres vendendo almas
E a plebe batendo palmas
Com o fim da sua existência.

Premio Nobel da ciência,
Mais nome a quem já tem nome.
Formas e formulas secreta,
Que o povo rude consome.
Milagres, deuses e seitas,
Mesmo com tantas receitas,
Não tem uma contra a fome?

O que erra não assume,
Quem acerta? Morre cedo.
Não vi, não sei, não conheço,
Louco é quem aponta o dedo.
E o que não ficar calado,
More sem ser revelado,
Morto não conta segredo.

E nesse império do medo,
Esse ser racional.
Destrói a si e as empecíeis,
Na luta material.
Tentando acertar, só erra.
E o nosso planeta, a terra,
A um passo do final.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Atropelando as fases > Autor: Damião Metamorfose.

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Extraído de um poema da poetisa: Vitória Sena.


Acelerando os meus dias,
Procuro me apressar.
Engulo etapas ou tento.
Os meus sonhos sufocar.
Para que nenhum retorno,
Incite-me a sonhar.

Privo-me até de chorar,
Sempre marcha exacerbada.
Vivo atropelando fases,
Alongando a passada.
Acumulando fobias,
Nessa ânsia exasperada.

Buscando o tudo ou o nada,
Esqueço até de sorrir
Pulo as estações da vida,
Evito me seduzir.
E para não me perder,
Esforço-me para emergir.

Às vezes deixo de ir...
Noutras, evito paradas.
Que ficam em meus caminhos,
Cego-me das alvoradas.
Perco o brilho do sol
E das manhas orvalhadas.

Alma e vida desarmadas,
Ensurdece-me em lamento.
E na contramão do tempo,
Confronto-me com o vento.
Pra não cair em ciladas,
Desvio o meu pensamento.

Me esquivo do momento,
Sem me sensibilizar.
Em que a felicidade,
Tenta me fazer voltar,
E ansioso pra vencer,
Eu não consigo parar.

Pra não me ludibriar,
Eu fico indignado.
E não me deixando ver,
Que o meu mundo está travado.
No afã de não me deter,
Eu sigo mais apressado.

Quebro algemas do passado,
Insisto sempre em correr
Mas a pressa momentânea,
Consome todo o meu ser.
Ignorando as paradas,
Que há um novo amanhecer.

Para não retroceder,
Não vejo as flores da estrada.
Nem as curvas do caminho,
Nem a manhã orvalhada.
Que compõem as poesias,
Da minha alma cansada.

E as etapas violadas,
As estrelas que brilharam,
Já não estarão mais lá,
Das minhas mãos escaparam.
e os tesouros que eu nem vi,
Os que viram conquistaram.

Os meus passos longos param
Cansados do caminhar.
Encerando a trajetória,
Sem poder ir ou voltar.
Atropelando a historia,
De quem passa por passar.

Mas eis que o sol a brilhar,
Sobre as manhãs orvalhadas.
Rejuvenescem os meus passos,
Deixando as minhas pegadas.
Pra não passar por passar,
Como tantas alvoradas.

Vitória Sena, by: Damião Metamorfose.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Viagens astrais > Autor: Damião Metamorfose.


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Os sonhos e os pesadelos,
São os primeiros sinais.
Que nós os seres humanos,
Não somos simples mortais.
E que Deus nos deu e dar,
O poder de viajar,
Por campos celestiais.

Nessas viagens astrais,
A minha alma extravasa.
Viajo o mundo e planetas,
Sem os recursos da NASA.
Voltando ao meu endereço,
Muitas coisas eu esqueço,
Mas nunca erro de casa.

No sonho eu posso ter asa,
Vou a lugares incríveis.
Pouso em planetas distantes,
Até coisas impossíveis.
O que a matéria não faz,
A minha alma é capaz,
De transformar em possíveis.

Decifro os indiscerníveis,
Da minha herança genética.
Transponho a era jurássica,
Retrocedo a cibernética.
Falo ao mundo sem temores,
Sobre os discos voadores,
Que o cético esconde por ética.

Busco a doutrina zetética,
Juntando os meus fragmentos.
Encarno em vidas passadas,
Buscando os conhecimentos.
E antes do amanhecer,
Eu volto ileso ao meu ser,
Mas esqueço alguns momentos.

Meus preceitos e sentimentos,
Mudam as formas de julgar.
Releio o Eclesiastes,
Procurando decifrar.
E a cada noite é assim,
O meu eu foge de mim,
E esquece algo ao voltar.

Transpondo-me a outro lugar,
Reencontro a minha amada.
Reacendemos as chamas,
Fico e a deixo apaixonada.
Mentes e corpos ligados,
E os bons momentos sonhados,
Eu não lembro quase nada.