quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Paulistano Nordestino * Autor: Damião Metamorfose.




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(Foto extraída do Google)

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Cordel classificado em 14º a nível nacional no I concurso do CTN de São Paulo.

*

Toda criança que nasce

Aqui no interior.

Do Nordeste, sonha em ser,

Padre, engenheiro ou doutor...

Ou crescer e ir embora,

Correr esse mundo afora

E só voltar, vencedor!

*

E aquele mais sonhador

Vive essa paixão intensa.

Pela capital Paulista,

Que além de linda é imensa.

Entre os seus sonhos e planos,

Quando faz dezoito anos,

Vai lá e marca a presença!

*

A todos peço licença,

Pra falar dessa cidade.

A paixão dos Nordestinos

Independente da idade.

A Capital bandeirante

São Paulo, centro importante,

Para toda a humanidade!

*

São Paulo da liberdade,

Da Luz, da Sé... E das raças.

Das chaminés fumegantes,

Com fuligens e fumaças.

Lagos, rios, marginais,

Terreiros e Catedrais,

Dos arranha-céus e praças...

*

Iguarias, pizzas, massas...

Com um sabor bem genuíno.

São Paulo que nunca para,

Pois crescer é o seu destino.

Onde nasce o Paulistano,

De codinome Baiano

E o sotaque Nordestino!

*

Idoso, moço ou menino

Nordestino, tem migrado.

Desde a década de sessenta

Isso no século passado.

Mas por seu sotaque e jeito...

Já encontrou preconceito

E ainda tem encontrado!

*

O trabalho mais pesado,

A mais árdua e dura lida.

O Nordestino enfrentou

E enfrenta, pra ter guarida.

E o seu nome respeitado

Na Capital do Estado,

Longe da terra querida!

*

Põe em risco a própria vida

Para ganhar o seu pão.

Seja em túneis do metrô,

Ou andaime em construção...

Ele enfrenta o precipício,

Pendurado em edifício

Há muitos metros do chão!

*

Favela ou vaga em pensão...

Alguns dos tipos de lares.

Que ele mora com estranhos,

Amigo ou familiares.

-E os moradores de rua,

Exposto ao sol e a lua,

Encontra-se aos milhares!

*

Almoça nos populares,

A um real a quentinha.

Padarias, restaurantes,

Casas típicas da terrinha.

Se acaso falta o dinheiro,

Unem-se e fazem ligeiro

Aquela velha vaquinha!

*

As delicias da cozinha,

Que existem no Sudeste.

Muitas foram introduzidas

Por mãos de um “cabra da peste”

Que saiu num pau de arara

Com a coragem e a cara

E as levou cá do Nordeste!

*

O Nordeste é inconteste

Em tudo e qualquer lugar

Se você for a São Paulo

Não demora e vai notar.

A presença Nordestina,

Que domina e predomina,

Nos trejeitos de falar!

*

No folclore popular...

As festas de São João.

Que acontecem em mês Junho

E em São Paulo é tradição.

Misturam-se o colorido,

Canjica e milho cozido,

Com o vinho quente e o quentão...

*

No forró, xote e baião,

No pé de serra e xaxado...

No cantador de embolada

Com bordão bem humorado.

-E o poeta repentista,

Que leva para o Paulista

O Nordeste improvisado!

*

No Cordel que é editado

Com capa em xilogravura.

Vendido em casas do Norte,

Ao lado da rapadura,

Cachaça, arroz e feijão...

E o que mais for do Sertão,

Seja comida ou cultura!

*

Produtos da agricultura?

É só você procurar.

Que em São Paulo eu garanto,

É fácil, fácil encontrar.

Vindo dos nove Estados

Fresquinhos, recém chegados

E baratos pra comprar!

*

Comer até se fartar,

Tempero típico e caseiro.

Você encontra até

Feito em fogão com braseiro.

Com o sabor bem natural

Genuinamente igual

Ao Nordeste brasileiro!

*

São Paulo já tem o cheiro

Do Nordeste impregnado.

Correndo em todas as vias

Da capital do Estado.

No vai e vem que não para,

Tem sempre um pau de arara,

Que dá ordem ou é mandado!

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Com seu ritmo acelerado,

Inverno, outono ou verão...

Em tudo se vê Nordeste

Pulsando no coração

Dessa capital vibrante,

Essa metrópole gigante

Da diversificação!

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Nós somos na construção:

O servente e o pedreiro,

O ajudante do deposito,

O fiscal e o engenheiro.

E depois do prédio pronto,

Somos no cartão de ponto,

Zelador, síndico e porteiro...

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Na cozinha: o cozinheiro,

O copeiro e o ajudante

Garçom, cumim, faxineiro,

De bar shopping ou restaurante...

Tem sempre um pernambucano,

Um cearense ou baiano...

Do chefe ao principiante!

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Na profissão de ambulante,

Nós somos o sacoleiro,

O vendedor de limões,

Crediarista, barraqueiro...

Feirante, andando ou parado

Ceasa em fruta ou pescado...

E porque não, muambeiro?

*

Em hospital: o enfermeiro,

O doutor e os assistentes,

O anestesista, o vigia,

Recepcionista, atendentes...

-Se a moeda tem dois lados,

Nos hospitais mais lotados,

Também somos pacientes!

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Na época das enchentes,

Nordestino é afetado.

Principalmente aquele

Menos privilegiado.

Que mora perto dos rios

Ou nos terrenos baldios,

Em lote inapropriado!

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Na política: deputado

E o mais votado é da gente.

Vereador e prefeito,

Vice, senador, suplente...

E morando no ABC

Tem um Nordestino que

Foi um grande presidente.

*

Nordestino está presente

Em tudo o que se imagina.

Nas lutas dos sindicatos,

Na fabrica, na oficina.

Trabalhando em metalúrgicas,

Montadoras, siderúrgicas,

Moto-boy, açougue, usina...

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Também se vê em ruína,

Pelas ruas da cidade.

Vitimas que viraram réus,

Cegas pela vaidade.

Ou caindo em precipícios,

Surdas e alheias aos vícios,

Entregue a promiscuidade!

*

Nordestino na verdade,

Faz de São Paulo sua casa.

Seja em uma Van lotada,

Em ônibus que sempre atrasa.

Nos metrôs que vão e vem

Ou pendurados num trem,

CPTM ou FEPASA...

*

O Nordestino extravasa,

O estresse do seu dia.

Vendo os artistas de rua,

De embolada ou cantoria...

Dançando “brega”, rancheira,

Samba, forró, gafieira...

-Sempre em boa companhia!

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Quando bate a nostalgia,

Da sua terra natal.

Ele procura um remédio

Para curar o seu mal.

E a melhor das prescrições,

É o Centro de tradições...

Ali na Rádio Atual!

*

E quando chega o natal,

O fim de ano ou são João.

Nas festas do padroeiro...

Todo ano é tradição.

O Nordestino tirar,

Férias pra ir matar

A saudade do Sertão!

*

E assim vive essa paixão,

Entre o lugar que nasceu

E a cidade de São Paulo,

Que abraçou e acolheu.

Um Nordestino assustado,

Que hoje é realizado,

Igual a você e eu!

*

Fim.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

“Cordel encantado” Um conto mal contado * Autor: D, Metamorfose.





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(Foto extraída do Google)

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E o “cordel encantado”

Novela globalizada.

Teve muita propaganda,

Mas errou ao ser gravada.

Porque não teve uma estrofe

Certinha e metrificada!

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Ela começou errada,

Porque mostrou um Sertão.

Que só tinha homem frouxo

E o cangaço em questão.

Deu patente a Herculano,

Capitão... foi Lampião!

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Rei frouxo e sem decisão,

Prefeito corno e mofino.

E ainda arrumaram calça

Jeans para o Jesuino.

No Sertão, daquele tempo?

Vestir jeans é desatino.

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O cerrado Nordestino

Que na TV foi mostrado.

Imagem aérea a caatinga

De Sergipe, belo Estado.

Externa: o jardim botânico,

Mata atlântica, não cerrado!

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E em brogodó foi mostrado

Que não tinha energia.

Mas as luzes da igreja

Até a torre, acendia...

Ah! Também teve o Timóteo

Coronel da baixaria!

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A policia só dormia,

Carroça era a viatura.

Sabemos que no Nordeste

Nunca teve essa cultura.

Quem escreveu a novela,

Perdeu a desenvoltura!

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Palmas para a abertura,

O resto foi tudo errado.

Nessa a globo errou feio

E o conto foi mal contado.

Nada a ver com o Cordel,

Muito menos, encantado!

*

Fim.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Tem que ser Nordestino pra saber... Autor: Damião Metamorfose.


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Ser Nordeste é sorrir até da dor,

É gostar de beber e raparigar.

Ter mais filhos que posses pra criar,

É ser feliz e forte igual trator.

Todo dia acordar pro seu labor,

Tomar o seu café esquenta dente.

Chama a renca de filho e sai na frente,

Ir pra roça, plantar, limpar colher.

Tem que ser Nordestino pra saber

Dá valor ao Nordeste e a nossa gente!

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O Nordeste é o celeiro da cultura

De Cordel, Embolada e Cantoria...

Bom Cordel tem perfeita simetria,

E o poeta que o faz, tem alma pura.

Tanto faz Bangladesh ou Singapura...

Ou qualquer um país do continente.

Vai ter sempre um Nordestino presente,

Trabalhando ou desfrutando o lazer.

Tem que ser Nordestino pra saber

Dá valor ao Nordeste e a nossa gente!

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Nós botamos o Lula em Brasília,

Metalúrgico, grevista e Nordestino...

Em suas mãos entregamos o destino,

De um país e em geral, nossa família.

E Ele não foi político só de homília,

Pois mostrou ser astuto e competente.

Duas vezes votei e novamente

Votaria pra tê-lo no poder.

Tem que ser Nordestino pra saber

Dá valor ao Nordeste e a nossa gente!

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Sou Nordestino e sou potiguar,

Rio Grande do Norte sim senhor.

Eu defendo essa terra aonde eu for

E para cá sempre um dia irei voltar.

Para mim aqui é o melhor lugar,

Seja em ano de seca ou de enchente...

E se ausente eu ficar, serei presente,

Mensageiro que sempre irei dizer:

Tem que ser Nordestino pra saber

Dá valor ao Nordeste e a nossa gente!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Só tu ,és o meu Amor...


Tu és o meu amor
E de tudo
Tu és mais um pouco;
Tu és minha vida 
És o concreto e o indefinido,
Tu és a minha inspiração
 É o próprio verso,

És o meu infinito, 
E o próprio universo,
Conhece todos 
Os meus limites,
Só tu me alcança ,
Tu és a ponte
És o tarde e o longe.

Das manhãs de sol 
És a luz
Só o teu amor me ilumina 
E só tu me conduzes;
Da alma que chora és lágrima
Que cai umidifica ,e vai embora

Tu és o abraço que abri clareiras, 
E vai me levando por onde 
Tu passas,
Vai suavizando
Íngremes e jornadas.

És remédio pra dor, és calor,
Tu és essência de pureza,
Só em ti consigo 
Enxergar tanta beleza 
Tu é o meu motivo maior, 
És o imprescindível,

És a razão de minha emoção
Vivemos unidos, em feliz comunhão,
És simetria, harmonia, e poesia...
És o gládio e o pacificador...
Só tu ,és o meu Amor!

Vitória Moura

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Vitoria é a minha vitoria II * Autor: Damião Metamorfose.


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No seu beijo, eu mato a fome

E a minha sede de amor.

Ela é o meu arco Iris,

Minha pétala de flor.

Nós vamos viver grudados,

Um vai onde o outro for!

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Sem preconceito de cor,

Também sem ser rotulado.

Sem limites pra viver

O que o amor tem nos dado.

O nosso amor é assim,

Com perdão e sem pecado!

*

Quero tê-la ao meu lado
Enquanto eu tiver vida.
Chegando o último suspiro,
Que vê-la na partida
E se eu puder levo-a comigo,
Só pra não ter despedida!

*

Ela é o meu sim e o meu não
e o nunca, nunca se diz.
Ela é a fonte segura,
o amor que eu sempre quis.
É Ela o grande motivo,
Pro meu dia ser feliz!

*

É verdadeira e quem diz:

Sou eu e a sociedade.

Ela jamais dá motivos,

Para ter vulgaridade.

Pois além de seria, não

Convive com a inverdade!

*

E quando bate a saudade,
Ela se aninha em meus braços.
E um vai ninando o outro,
Até chegar aos amaços.
Muitas vezes nós dormimos
Entrelaçados em abraços...

*

Ela mudou os meus passos,

Fez-me caminhar na linha.

Logo eu que tinha a fama

De conquistador galinha.

Mudei... só cortejo ela,

Adeus a fama que eu tinha!

*

Sou casado e a mulher minha,

É uma mulher bacana.

Minha Vitória é paulista,

Lá de Feira de Santana.

E já tem cinco rebentos

Do potiguar e a baiana!

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Nenhum dos dois se engana,

Nessas brigas de amor.

E as minhas brigas com ela

Não provoca dissabor.

O problema é que já tem

Meninos, de toda a cor...

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Eu já sofri muita dor

E eu não canso de falar.

Sem ela a minha História

Era triste pra contar.

Mas com ela, o meu sorriso

Incomoda a quem passar!

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E assim vamos brigar,

Mas só as brigas de amor.

Ela é à flor do meu jardim

E o meu botão de flor.

E eu sou o espinho dela,

Vou para onde ela for!

*

Nos lençóis ou cobertor,

O que Ela gosta, eu faço...

O aconchego na medida,

Sem sufocar no mormaço.

Me encaixo nos braços dela

E Ela no meu abraço...

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Na doença ou no cansaço,

O nosso amor prevalece.

Se houver algum importuno,

A gente se fortalece.

Somos massa com fermento,

Quanto mais bate, mais cresce!

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Enquanto o sangue me aquece

Quero viver ao seu lado.

Amando-a e respeitando-a...

Idem e também sendo amado.

E se Deus me ouvir em preces

Quero o tempo prolongado!

*

Sem Ela eu fico amuado,

Triste e meio sem saída.

Porque Ela é o fundamento

Que alicerça a minha vida.

Perdi tempo longe dela,

Mas a missão foi cumprida!

*

Eu não penso em despedida

Ela é tudo o que eu procuro.

É honesta e carinhosa,

Valente, mas tem futuro.

E eu só sei dizer: te amo,

A vista, a prazo e a juro...

*

Vitória é o meu ar puro,

Minha sombra e água fria.

Minha noite bem dormida,

Minha alvorada e meu dia.

Inspiração infinita

Para a minha poesia!

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Ela é o meu anjo de guia,

É poesia que acalma.

É excitação, descanso,

É vida tranquila e calma.

Vitória é a minha vitória,

Alma gêmea da minha alma...!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Diariamente Amor...


Não existe outra definição
Que me enleva
Se não esse sentimento que
Me leva a toda hora
Para onde tu estás
Ainda que meu corpo fique
Minh’alma sempre vai.

Que nome então Eu daria
A esse fogo que acende,
Incendeia sutilmente
Aquecendo sem queimar...
Que me ruboriza a face,
Rouba todos meus disfarces
E revela o meu pensar

Por que então esse
Ardor em nós persiste
Na entrega às carícias,
Á doçura dos momentos
De emoção e de malícia
E no encanto dessa magia
Vai despertando em mim
Tão doce Nostalgia

Eu diria que o nosso amor tem
Esse brilho
Que confunde o luar
Prateando nossos corpos
Nesta nossa maneira de sonhar
Entrelaçados Eu te chamo
E digo que Eu te amo
E te amarei para sempre...
Muito além do nosso caminhar.

Vitória Sena

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Só as pessoas perdidas... Mote * Autor: Damião Metamorfose.


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(Foto extraída do Google)

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Desde cedo sai pro mundo,
aprende de tudo um pouco.
Deixa qualquer homem louco,
Trabalha bem e vai fundo.
Faz de uma hora um segundo,
Pois no amor já são formadas.
Se acabam bem casadas,
É porque são bem vividas.
Só as pessoas perdidas,
É que são mais procuradas!

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Passa a infância dormindo,

A juventude, na farra.

Quando pega um, esbarra

E diz: que o ama, fingindo...

O cabra acaba caindo,

Nos encantos, nas cantadas.

Elas são bem preparadas

Quando dão as investidas.

Só as pessoas perdidas,

É que são mais procuradas!

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A mãe se preocupa mais

Com o filho que está ausente.

Mesmo sendo um delinquente,

Tem mais atenção dos pais.

Os direitos são iguais,

Mas o mala tem cartadas.

Que engana os camaradas

E os pais em contras partidas.

Só as pessoas perdidas,

É que são mais procuradas!