quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Desencontros...



Eu sorri tantas vezes querendo chorar
Tantas vezes Eu silenciei...
Mas o meu maior desejo era mesmo gritar
Quantas vezes calei querendo falar
Por tantas vezes Eu errei querendo acertar.
Tantas Eu amei querendo odiar,
*
Tive que pagar duras penas por não me pronunciar.
Quantas vezes disfarcei, e tive que representar
acreditando que a dor não fosse me encontrar
E ela me surpreendia mesmo quando me iludia.
A dor não há como driblar.
*
Ah... Quantas vezes pensei em recomeçar
Tendo a certeza de que seria fácil,
Mas o difícil se fez predominar.
Quantas vezes senti
Que o meu mundo iria  afundar.
E Eu juro que tentei não chorar
*
Foram tantos julgamentos! o certo e o errado,
imaginei que o errado poderia ser o certo
E o certo é que era o errado encoberto.
*
Quantas estrelas guiaram meus passos
 Direcionando-os ao acaso...
Quantas vezes perguntei  e esperei  calada
E o silêncio foi a resposta ...
Ah.. quantas vezes.
Vitória Moura

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Sou Assim...

                     

Sou ... Duas de mim Às vezes três Quatro... cinco... seis Sou uma por mês Me diversifico Tem horas que grito Vivo num conflito Mostro ao mundo minha dor Outras horas, só sei falar de amor A mais romântica Melodramática Estática Chorosa e nervosa Carente e decadente Vingativa e inconseqüente Aí quando menos me percebo Me transformo em mulher cheia de medo Cheia de reservas Coberta de sutilezas Séria e sem defesa No minuto seguinte No papel de mulher fatal Viro logo a tal sou dona do mundo Segura e destemida Altiva e atrevida Rasgo meus segredos ao meio E exponho num roteiro De poesia ou texto Agrido, inflamo Conto o que ninguém tem coragem de contar Explico detalhes que é bom nem lembrar Sou assim Várias de mim Sorriso por fora Angústia toda hora Por dentro um tormento No rosto nenhum sofrimento No corpo uma explosão de prazer Nos olhos, meu desejo deixo perceber Melhor nem me conhecer Fique com minhas letras Com as minhas palavras Na vida real sou bem mais complicada Sou mil E quem tentou, descobriu Que viver ao meu lado É viver dentro de um campo minado Prestes a explodir...

domingo, 20 de outubro de 2013

O patrão e o empregado. Autor: Damião Metamorfose.


 Foto extraída do Google.

 *
Oh Deus senhor de Abraão,
Do honesto e do safado.
Abra a mansão da poesia
Pra me deixar inspirado.
Pra falar dos dois extremos,
Do patrão e empregado!
*
Alto ou assalariado
Sabe de cor a lição.
Só conhece os seus direitos
Mas os seus deveres não.
E pensa em levar vantagem
Nos números da produção!
*
Desvantagens do patrão
É não chegar atrasado.
Não ter folga, não ter férias
Não ser ovacionado
A ganhar uma promoção
E se quebrar, ta ferrado!
*
Patrão precisa um guardado
Pra pagar o funcionário.
Precisa ter produção
Lucro não imaginário.
Funcionário quer férias
Décimo terceiro e salário...
*
O imposto é um calvário,
Juro alto, uma indecência.
Finda sobrando os débitos
E acabando a paciência.
E o empregado de férias
Forçada da previdência!
*
Parece uma penitência,
Todo mês um atestado.
Quem trabalha se aborrece
Com o beneficiado.
No final o patrão fica
Mais pobre que o empregado!
*
O bom patrão é testado,
Bom empregado também.
Com destaque ganha mais
Pois quem é bom ganha bem.
Mas direitos e deveres,
Só o patrão é quem tem!
*
Fui empregado também
E hoje sou patrão de mim.
Conheço bem os dois lados
Do não o talvez e o sim.
Das vantagens, desvantagens,
Sei o que é e o que é ruim.
*
No emprego é sempre assim,
Antes da experiência.
O patrão promete aumento
Se atender toda pendência.
No fim patrão dá descontos
E empregado a previdência!
*
O salário é uma esmola
Os juros são muito altos.
Um pedido de aumento
Pesa mais que os assaltos.
E assim patrão e empregado
Equilibram-se nos saltos!
*
Quer viver de sobressaltos?
Tente um dia ser patrão.
Pagar férias, décimo, fundo
De garantia e o leão...
Quem vive com um salário
Não sabe o que é pressão!
*
E os dois lesados são
Pelo imposto de renda.
Não sei se é melhor ser cana
Ou se é melhor ser moenda.
Só sei que um sem o outro,
É despacho sem oferenda!
*
Um põe cana na moenda,
Outro vive com um salário.
Se um quebrar, para o outro,
É engraçado, e hilário.
Quanto mais um é esperto
O outro se sente otário!
*
Quem emprega tem fadário,
No bolso no fim do mês.
Paga isso e paga aquilo
Paga as contas que não fez.
E o empregado gasta
Para mostrar que tem vez!
*
E nesse antigo xadrez
De patrão e empregado.
Em que um se julga esperto
E outro se acha explorado.
Quando um acaba falido
O outro é desempregado!
*
Não cresce o mau empregado
Patrão ruim vai à falência.
Sendo bons e esforçados
Crescem na mesma cadência.
Se um precisa do outro,
Precisa mais paciência!
*
Patrão não muda a tendência
Quando retorna ao seu lar.
Na semana ou feriado
Não sabe o que é descansar.
E o empregado vive
Feliz e sem se estressar!
*
Sei quem vive a trabalhar
E diz que é um escravo.
Mas tem casa, carro e moto
E não deve um centavo.
Vive melhor que o patrão
Que só tem cara de bravo!
*
Um recebe sem agravo
O adicional noturno.
Hora extra e outras tantas,
Se noturno ou diurno.
Mas quem é patrão trabalha
Toda hora e em qualquer turno!
*
Patrão calça o seu coturno,
Seja em casa ou na empresa.
Empregado marca o ponto
Sem pensar na incerteza.
Pois tem no final do mês
Seu salário por certeza!
*
Na luta por pão na mesa
E bom salário também.
Tem patrão que ganha pouco
E outros que ganham bem.
Tem empregado que guarda
Bem guardado o que ele tem!
*
Se o empregado tem
O batente e o patrão.
O patrão tem o empregado,
O batente e o leão.
E um precisa do outro
Pra poder ganhar o pão!
*
Deus me deu a inspiração
Ai foi dado o recado.
Mais defesa que ataque
Indo e vindo com cuidado.
Assim nasceu o Cordel
O patrão e o empregado!
*
Damião Metamorfose.