segunda-feira, 5 de abril de 2010
Teleguiados ou tevês bitolados> Autor: Damião Metamorfose.
*
Não precisa de pesquisas,
Canudo e certificados.
Estudar noites a fio,
Buscando alguns resultados.
Pra saber que esses viventes,
Pseudos inteligentes,
São todos teleguiados.
*
São uns tevês bitolados,
Fazem o que a tevê manda.
Compre isto compre aquilo...
Obedecem à propaganda.
E os filhos crescem iguais,
Com as doenças dos pais,
Por isso a coisa não anda.
*
Compra o cd de uma banda,
Sem nem gostar do estilo.
Compra em dez ou doze vezes,
Sem desconfiar que aquilo.
Pode atrasar sua vida,
Só quando está sem saída,
É que percebe o vacilo.
*
Eu não sou mais um pupilo,
Mas uma vez vacilei.
Pensando que era vantagem,
Sem precisar eu comprei.
Quando pluguei na tomada,
Não funcionava nada,
Joguei fora e nem usei.
*
Outra coisa que eu notei,
Que pra mim é um arrogo.
É comprar uma parabólica,
Pra ver Record, Band e globo.
Se o sinal já pegava,
Portanto não precisava,
Comprou porque é um bobo.
*
O consumismo é um fogo,
Que queima em todo lugar.
Conheço gente que tem,
Câmara no celular.
E vive igual um gaiato,
Tirando o próprio retrato,
Só pra ele mesmo olhar.
*
Se o seu time for jogar
E a tevê transmite ao vivo.
Mas se você é fanático,
Ir ao estádio é um bom motivo.
Agora ir ao estádio
Levando iPod e um radio,
Acho pouco criativo.
*
Desculpe se eu fui nocivo,
Não foi essa a intenção.
Peço desculpas se errei,
Mas é minha opinião.
Nós somos teleguiados,
Todos uns tevês bitolados,
Com um controle na mão.
*
Fim
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05/04/2010
O mundo está encolhendo> Autor: Damião Metamorfose.
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A cada dia que passa,
O mundo está encolhendo.
Costumes são esquecidos,
Poucos vão aparecendo.
O bilro não faz mais rendas,
As leis se encheram de emendas
E o que subiu tá descendo.
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Hoje estamos vivendo,
Vigiado ou vigiando.
O que o inteligente faz,
O esperto vai copiando.
Igrejas estão lotadas
E o Deus que dorme em calçadas,
Ninguém está adorando.
*
Eu ainda lembro quando,
Alunos cantavam o hino.
A gíria era poxa e mora,
A calça, a boca de sino.
Luiz Gonzaga reinava
E frei Damião pregava,
Sem sotaque nordestino.
*
A fama de Virgulino,
O perverso lampião.
Assustava até defuntos,
Era o terror do sertão.
E o meu país do futuro,
Devendo dinheiro a juro,
Nem parecia ilusão.
*
Pagamento a prestação,
Pouca gente conhecia.
O um e noventa e nove,
Ainda nem existia.
E se acaso um avião,
Sobrevoasse o sertão,
Com medo o povo corria.
*
Validade ou garantia,
Por um produto comprado.
Se hoje não funciona,
Imagine no passado.
Sei que temos os direitos,
Mas as leis têm uns defeitos,
Que é melhor ficar calado.
*
Hoje o que é fabricado,
Nos states ou Japão.
Rapidinho chega aqui,
Nos cafundós do sertão.
E o que era grande e pesado,
Depois de modernizado,
Cabe na palma da mão.
*
Nano robotização,
Conferencias virtuais.
Transplantes que salvam vidas,
Clonagens de animais.
Tantas modernizações,
Mas as novas gerações,
Não pedem a bênção aos seus pais.
*
O mundo encolheu demais
E continua encolhendo.
Pessoas que eu nem conheço,
Sabem o que estou fazendo.
Mas quem sou eu pra dizer,
Que o mundo vai encolher,
Se dizem que está crescendo?
*
Fim
*
05/04/2010
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