sábado, 7 de maio de 2011

Falando em saudade * Autor; Damião Metamorfose.


(Foto extraída do Google.)

*

Vou levando a saudade no meu peito,
Mesmo sem eu querer ela me quer.
Levo ela pra longe e quando volto,
Ela volta junto quando eu vier.
Não entendo porque é tão teimosa
Será por que tem nome de mulher?

*

É a saudade que ensina a gente ver,
Que o passado foi bom quanto durou.
E o agora merece mais cuidado
Pra depois não ficar só no passou.
É feliz aquele que tem passado,
Que viveu, aprendeu e ensinou...

*

Alma pura a saudade revelou,
As impuras também são reveladas.
Denuncia de formas mais suaves,
Conteúdos que têm frases pesadas.
É a saudade nos leva pro passado
Neste plano ou em vidas passadas.

*

Ela faz das vitimas almas penadas,
Perfurando sem dó a alma e o peito.
Vai chegando e se apossa sem pedir
Nem licença e se deita em qualquer leito.
Tira a paz, tira o sono e a noite passa
Sem sossego e sem se dormir direito...

*

A saudade vem lá do que foi feito,
De um passado feliz ou dolorido.
Um amor, amizade ou um parente
Que reside distante ou falecido...
Quem viveu quem é vivo e tem passado,
Pra saudade é o alvo preferido!

*

Quando o beco da vida é sem sentido,
Quando o passo inteiro é só metade.
Quando o grito de dor é um sussurro
E estar vivo é a maior vaidade.
Nessa fase a pensão do peito hospeda
O vazio repleto de saudade!

*

Tem quem sinta saudade da idade,

Da infância de saúde e leveza.
Outros sentem saudade do ai5,
Que calou do intelecto, a beleza.
Logo vamos ter saudade do ar
Da floresta, do rio e da represa...

*

A saudade quando escolhe uma presa,
Não pergunta e nem tem medo de um não.
Vai chegando e se apossa de mansinho,
Doma a mente e depois o coração.
Vai abrindo as porta da tristeza
E a tristeza é quem leva a depressão!

*

Sinto falta das brigas de irmão,
Da panela e do alguidar de barro.
Da cacimba que eu ia buscar água,
Da primeira vez que eu vi um carro.
Da primeira vez que eu dei um beijo,
Do abraço, o amasso e aquele sarro...

*

A saudade que sempre eu esbarro,
Vem do tempo que eu era uma criança.
Livre, leve e despreocupado...
Com o peito repleto de esperança.
São imagens que guardo em minha mente,
Nem dormindo elas saem da lembrança!

*

Fim.


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