Enquanto o cego não via
O que estava por vir
Quem era pra ser servida
Estava ao cego servir
O cego pode não ver
Mas tem o dom de sentir
Quantas noites sem dormir
Alguém passou vigilante
Enquanto o cego dormia
Muito mais cego e distante
Sonhando sonhos de cego
Que não via um palmo adiante
Mas ao ver por um instante
O cego deixou de ser
Um cego que além de cego
Esforçava-se em não ver
E acordou da cegueira
Com sede para viver
Viu que as medidas do ter
Deixam à alma impura
Que quem está aos seus pés
Tem mais que a sua altura
E os cuidados de quem ama
Vão além da sepultura.
Maktub
O que estava por vir
Quem era pra ser servida
Estava ao cego servir
O cego pode não ver
Mas tem o dom de sentir
Quantas noites sem dormir
Alguém passou vigilante
Enquanto o cego dormia
Muito mais cego e distante
Sonhando sonhos de cego
Que não via um palmo adiante
Mas ao ver por um instante
O cego deixou de ser
Um cego que além de cego
Esforçava-se em não ver
E acordou da cegueira
Com sede para viver
Viu que as medidas do ter
Deixam à alma impura
Que quem está aos seus pés
Tem mais que a sua altura
E os cuidados de quem ama
Vão além da sepultura.
Maktub