terça-feira, 5 de maio de 2009

O armagedom, autor, Damião Metamorfose.


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Eu vi a vida pedindo
Uma chance pra viver
O sol também implorava
O direito de nascer
E a morte virou as costas
Se ajoelhou de mãos postas
Sem saber o que fazer.

Vi a lua se esconder
Numa nuvem de fumaça
O mar podre agonizando
Com a mortandade em massa
A terra estava deserta
Quase nua e descoberta
Exposta a toda ameaça.

Vi namorados na praça
Mas não eram mais casais
Tinham membros mutilados
Horrendos, descomunais,
E os fetos que se geravam
Daqueles que copulavam
Nasciam sem digitais.

Eu também ouvi uns ais
Vindo de um lugar distante
Cheguei mais perto pra ver
E pasmei por um instante
Era a mãe natureza
Se afogando na represa
De lixo predominante.

Vi o mundo agonizante
Tomado pelo miasma
Com tanta aberração
De cruzamento quiasma
E em uma casa blindada
A morte dava risada
Em frente à tevê de plasma.

Eu vi o vento com asma
Abatido e enfadonho
Vi cachoeiras de sangue
E para o meu testemunho
Vi um ser iluminado
Com um semblante cansado
Decepcionado e tristonho.

Eu perguntei se era sonho
Respondeu-me com pesar
É o maior pesadelo
Se o homem não parar
Com a inveja e cobiça
E essa frieza omissa
Consumindo sem plantar.

Mas quando um acordar
E lembrar dessa mensagem
Quem sabe ainda dar tempo
Mas precisa ter coragem
Porque os outros vão rir
Excomungar e punir
Achando que é bobagem.

Mas o mundo ta a margem
Do armagedom prometido
Os sinais estão em tudo
E o homem nem dar ouvido
Vive só pensando em soma
Depois vem a morte e toma
E assim é subtraído.

Gostaria mais duvido
Que alguém mude esse cenário
Na terra a ganância é tanta
Que nem o inferno é pario
Quem tenta ser diferente
É chamado de demente
Louco, vagabundo, otário.

Relatou esse sumario
Expondo-me a realidade
Em seguida eu acordei
Mesmo esquecendo a metade
Ainda estou tristonho
Eu sei isso foi um sonho,
Mas é a pura verdade.

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