sexta-feira, 9 de abril de 2010

No país verde e amarelo> Autor: Damião Metamorfose.


*
Glosas de minha autoria desconheço o autor do mote.
*
Se de um lado a seca mata,
Do outro a água destrói.
Oh!Meu Jesus como dói,
Ver o buraco na mata.
Casa sem teto e sapata,
Berços boiando na enchente.
O grito de um inocente,
Num lamento de flagelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
De um lado a bandidagem,
Mata inocente e ladrão.
Muitos sem ter opção,
Aceita viver a margem.
Na política a malandragem,
Trata o povo de demente.
Pobre aguenta a chapa quente,
O rico vive em castelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Se você tem é roubado,
Se não tem é vagabundo.
Pra respirar um segundo,
Algum imposto é cobrado.
Sertanejo respeitado,
Vira um urbano indigente.
Se a policia passa o pente,
Só prende o pé de chinelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Tem rico alteando o muro,
Para ter mais segurança.
Tirando férias na França,
Miame e Porto Seguro.
O pobre vive em apuro,
Sobrevive simplesmente.
Se tentar um passo a frente,
Sai o botão do chinelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Se o governo federal,
Destina a verba ao nordeste.
Tem sempre um filho da peste,
Que desvia o principal.
E o resto do capital,
Quando chega ao mais carente.
O pai dégua simplesmente,
Diz: vote em mim que eu te zelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Acabou trabalho escravo?
Só se for na teoria.
Pode até ter alforria,
Mas só pra quem faz conchavo.
A arrogância e o seu travo,
Não tem ouvido que aguente.
O que tem alta patente,
Não dispensa o parabelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Rico mente rouba e mata,
O pobre só mata a fome.
O rico ostenta o seu nome,
As custa do ouro e prata.
Quando o pobre desacata,
O castigo é evidente.
O condenam friamente
E o juiz bate o martelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Aquele que mais trabalha,
Sem descanso o dia inteiro.
Não ver a cor do dinheiro,
Só sente a dor da cangalha.
A matemática é sem falha,
Mas é falho o expoente.
Pois opera o excedente,
No mercado paralelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.

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