terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Obrigado! * Autor: Damião Metamorfose.


*
Eu não sou de blasfemar,
Pelo leite derramado.
Pois sei que nada é de graça
E o dado um dia é cobrado.
Por isso quando acontece
O que agrada ou aborrece...
A Deus eu digo: obrigado!
*
Tudo o que eu fizer de errado,
No passado ou no presente.
Vou ter que pagar um dia,
Aqui ou eternamente.
Não adianta eu me esquivar,
Porque o tempo vai cobrar,
De uma vez ou lentamente.
*
Tem certo tipo de gente,
Que só sabe reclamar.
Qualquer coisa que acontece,
Culpa o santo e o altar...
Eu não sei culpar ninguém,
Bom ou ruim, eu digo: amém!
Quero é rir, pra que chorar?
*
Eu quero é comemorar,
A vitória ou o fracasso.
E como não sei mandar,
Se der pra fazer eu faço.
O que não der, eu arquivo,
Faço depois e não privo
Meu descanso no cansaço.
*
Se não resolve no braço,
Eu uso a inteligência.
Se nem assim resolver,
Volto com mais paciência.
Se em tudo eu vejo beleza,
Pra que estresse e tristeza,
Sofrer e maledicência?
*
Eu já sofri de carência
E consegui superar.
Já paguei conta dos outros,
Sem direito a reclamar.
Agora eu quero é sorrir,
Deixar a vida fluir,
Interagir e amar...
*
Quando o tempo me cobrar,
Eu quero estar preparado.
Pra receber a cobrança,
Com um sorriso rasgado.
Bem demorado ou suave...
No fim a palavra chave
Vai ser: okei, obrigado!
*
Por quem eu não fui amado,
Pra quem me fechou a porta,
Para quem me disse um não,
Nunca, talvez... Pouco importa.
Tudo já foi superado
E hoje eu digo: obrigado!
Pois não sou mais chave torta.
*
Obrigado! Fase morta,
Tu não serás esquecida.
Mesmo morta você foi
Lição de vida vivida.
Não dói mais nem é fadário
E hoje eu faço aniversario,
Todos os dias da vida.
*
Minha alma agradecida
Diz: obrigado e faz festa.
Se eu vivo da reciclagem,
De quem me ama ou detesta.
Vou reciclar com cuidado,
Pra ser reutilizado,
Somente aquilo que presta.
*
O belo se manifesta,
Na lapidação Fo feio.
Quem sabe viver com pouco,
Não mete a mão no alheio.
Se tem pedra eu meu caminho,
Eu desvio e com carinho,
Evito dizer: te odeio!
*
Na descida eu uso o freio,
Na subida eu acelero.
Se não tem jeito eu desisto,
Se demorar eu espero.
Sonho com os pés no chão
E o que não tem solução,
Eu arquivo e não me altero.
*
Não tenho tudo o que eu quero,
Mas o que eu tenho é suado.
Na minha casa não entra
Nada sem ser conquistado.
Sou pobre, humilde e feliz,
Eternamente aprendiz
E a Deus eu digo: obrigado!
*
Fim.

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