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(Foto extraída do Google)
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No tempo em que Jesus Cristo
Esteve entre a humanidade.
Ele fez cura e milagres
E ensinou a verdade...
Pregou a paz e o perdão,
O amor e a compaixão,
Mansidão e humildade...
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Quando voltou a cidade
Que o viu ainda um rebento.
Foi aclamado por todos
Que vieram pro evento.
E Ele no auge da “fama”
Não se exalta e nem reclama
De se locar num jumento!
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Jerusalém no momento,
Parou para ver passar.
O seu filho mais ilustre,
Mais puro e mais exemplar.
Que veio como um cordeiro
Sabendo que um traiçoeiro
Ali ia lhe entregar!
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Mas não pretendo falar
Sobre o Jesus de Belém.
O meu alvo é o jumento,
Que sofreu muito também.
Só porque não entendeu
A Hosana que o povo deu
Pra Cristo em Jerusalém.
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O jegue não fez desdém,
Mas sentiu-se orgulhoso
Com a multidão gritando:
Salve Hosana, oh glorioso!...
Pensando ser o exaltado
Seu ego ficou inflado
E ele se sentiu famoso!
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E ficou tão vaidoso
Que mudou completamente.
Passou a se isolar
De jegue amigo ou parente.
Olhar pro mundo com asco,
Andar na ponta do casco
E a relinchar prepotente.
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E o jegue dali pra frente
Vivia se achando o tal!
Contando o que aconteceu
No passeio triunfal.
E que na próxima festa ia
Sozinho e adentraria
Pelo portão principal.
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Na próxima festa pascal,
O jumento convencido.
Dizia: eu vou voltar
Pra ser de novo aplaudido.
E aquele meu primo irmão
Que falou à Balaão,
Vai ver quanto eu sou querido!
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Chamou cada conhecido,
Para ver a sua entrada.
E o desfile pelas ruas
Da Jerusalém Sagrada.
Uns pediram pra não ir,
Mas jegue não quis ouvir,
Jegue não via mais nada.
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Próximo das datas sagrada
Como eram costumeiros.
Começava a chegar gente
Dos países estrangeiros.
Cavalos e carruagens...
Todos pedindo passagens
Poucos eram hospitaleiros.
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O comercio de hoteleiros,
Nesta época faturavam.
Reis e rainhas e nobres
Da corte, ali não faltavam.
Castelos, pensões, pousadas,
Lotavam, e, pelas calçadas,
As massas se aglomeravam.
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Beco e ruas fervilhavam,
Parecia uma procissão.
E o jegue olhando de longe
Toda aquela multidão.
Ficou a imaginar
Todos, a lhe aclamar,
Jogando as “vestes” no chão.
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Doce e infeliz ilusão
Do vaidoso animal.
Que saiu desembestado
Correndo no matagal.
Enquanto os outros olhando...
E os mais velhos resmungando,
Jegue hoje vai se dá mal!
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Já no portão principal,
Jegue encontra a multidão.
Quase se acotovelando
Para adentrar ao portão.
E ele ainda convencido
Que ia ser reconhecido,
Tenta uma aproximação.
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Levou logo um empurrão
De um senhor mal educado.
Em seguida uma mucica,
De outro que ia apressado.
Ao tentar se esquivar,
Pisou foi no calcanhar
Do cavalo de um soldado!
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O tempo ficou nublado
E em seguida escureceu.
Com o coice que o cavalo
No pobre do jegue, deu.
O casco veio de jeito
Pegou no olho direito
Que a garapa desceu!
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Em seguida um fariseu
Pisou no pau de sua venta.
Um judeu comete o bulling
Ao lhe chamar de jumenta.
E um camelo que passava
Quase que o esfolava
Com a patada violenta.
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Pra quem queria água benta,
Vestes jogadas no chão,
Rosas, flores, ramalhetes...
E os gritos da multidão.
Ganhou foi coice nos peitos,
Rejeição de todos os jeitos,
Pontapé e empurrão.
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Quem almeja ser patrão,
Sendo só um empregado.
Primeiro tem que crescer
E atingir o almejado.
E o jegue não entendeu,
Que as vivas! O povo deu...
Foi pra quem ia montado.
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A vaidade tem tirado,
Não somente a visão
Dos olhos, mas a da alma,
Da mente e do coração...
Quem está envaidecido,
Não vê o acontecido
Real, vê só a ilusão.
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Patrão é sempre patrão,
Empregado é empregado.
Jegue não viu que as vestes
E o que ao chão foi jogado.
E os gritos de louvor
Eram pra aquele Senhor
Simples, que ia montado.
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Se ele tivesse notado,
Que tinha sido o escolhido
Por um dia, pra levar
Jesus Cristo, O prometido.
De volta a sua cidade,
Teria mais humildade
E não teria sofrido!
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Mas por ter se envaidecido,
Cometeu a insanidade
De entrar pelo portão
Principal de uma cidade.
Pobre animal sonhador,
Quis ser mais que o seu senhor
E faltou com a humildade!
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O preço da vaidade,
Nem todos podem pagar.
Humildes são exaltados...
É um ditado milenar.
Proferido por Jesus,
Que foi humilde pra cruz
Sem sequer nem reclamar!
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E aquele que se exaltar...
No fim será humilhado.
O humilde sempre acaba
Sendo um bem aventurado.
Jegue cegou com a fama,
Caiu de cara na lama
E assim pagou seu pecado!
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Até hoje ele é marcado
Com uma cruz no lombar.
Uns dizem que foi Jesus
Que marcou para agradar.
Mas parece que essa cruz
Não tem nada com Jesus
Foi de tanto ele apanhar!
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Se alguém quiser se espelhar
Na historia do jumento.
Vai ver que a humildade,
Facilita em cem por cento.
E que a vaidade cega
A tal ponto que renega,
O ventre que o fez rebento.
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Pra quem tem comportamento
De astro e é vaidoso.
Que se acha a última bolacha
Ou que tem cocô cheiroso.
Cuidado! Muito cuidado!
Pois ninguém é preparado,
Pra deixar de ser famoso.
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E o final é doloroso,
Pra quem tem muita vaidade.
Só que esse é o grande mal
Que atinge a humanidade.
Quem pratica o narcisismo
Se afunda no egoísmo
E perde toda humildade.
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Vejo na atualidade,
Muito rostinho bonito.
Que aparece do nada
E já vem se achando um mito.
Porém quando cai da escada,
Vira estrela abandonada,
Asteroide no infinito...
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Ser humilde, eu acredito,
É sempre a melhor saída.
Com humildade eu consigo
Abrir as portas da vida.
Com a vaidade não!
Ela me leva a ilusão
E o pior vem em seguida...
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Depois da surra sofrida
Abandonou a cidade.
Mas aprendeu com a lição
Infeliz da hostilidade.
Agora até jegue sabe
O preço da vaidade!
*
Fim.
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