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Eu nasci numa casa pequenina
Encravada na aba de uma serra.
Sou Nordestino e amo a minha terra,
O cerrado, a caatinga e a campina.
O forró com zabumba e concertina
Onde se dança de corpo colado...
Mas ouvir um cantador afinado
Sempre foi meu deleite, a poesia.
Eu cresci escutando cantoria
E hoje canto lembrando o meu passado!
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Os motes abaixo são do Eduardo Viana... Glosas de: Damião Metamorfose.
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Certa vez fabriquei um instrumento,
Uma linda guitarra de brinquedo.
Meus carinhos de pau, não tem segredo,
Eram feitos por mim em cem por cento.
Por carência eu testava o meu talento
E o invento era a pura diversão.
O prazer era a gratificação
E a fama era o exibicionismo.
O talento é o pai do mecanismo,
A carência é a mãe da invenção!
*
Eu sou filho de Maria e José...
Ambos pobres, porém muito educados.
Fui criado lidando nos roçados,
Tendo menos dinheiro do que fé.
Sem recurso eu cresci andando a pé,
Em jumento, cavalo ou um burrão...
Se hoje tem metrô, taxi e avião...
Que me leva aos confins e não emperra.
Para que carro caro aqui na terra
Se o transporte final é um caixão!
*
Se depois do friozinho na barriga,
Logo após do avião decolar.
Co-piloto ou o piloto avisar
O motor deu uma pane e se desliga.
Tenham calma e sem tumulto ou briga...
Rezem muito, com fé e devoção,
A Alá, Maomé, Deus de Abraão...
Que um só não resolve o que se deu.
Que será que vai dizer um ateu
Se viver uma pane de avião?
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