Que é inconcebível,
Por tudo aquilo que
É incabível,
Lamento por não poder ajudar.
Choro pelo que poderia
Ser e não foi...
Choro por tudo aquilo
Que não posso mudar...
Choro por todo esse desamor,
Choro pela inocência perdida,
De todas nossas Crianças ,
Choro pelo vandalismo,
Por esse desprezível e insano
Cenário de desafeto humano.
Choro pela fome doída,
Pegadas de idas e vindas
De nossos Governantes
Que não sabem governar
Choro por suas falsas palavras
Mal ditas, não cumpridas,
Perdendo-se pelo arrebol,
Choro por essas almas desprovida,
Por todo descaso pela vida
Por todo esse poder abusivo.
Choro pela lágrima rolada
No coração corroído
De uma mãe pelo filho querido...
Nas mãos do bandido
Choro por essa existência
Atribulada,
Choro por esse amanhã dilacerado,
Choro por esse nascer inopinado,
Choro por querer ser tudo
E não poder ser nada ...
Choro por toda essa
Indiferença no olhar
Daqueles que não
se curvam-se
Diante de Deus
E dizem que Viver ou morrer
Tanto faz!
Choro pela minha impotência,
Choro por todo esse
Procedimento estático
De nada poder transformar...
E em linhas mal traçadas
Esboço toda minha derrota
No meu triste querer ser tudo
E não poder ser Nada...
Vitória Moura
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