sexta-feira, 30 de abril de 2010
Desejo é desejo> Autor: Damião Metamorfose.
*
Casado e o primeiro filho,
Estava para nascer.
Duas horas da manhã,
Ouviu a mulher dizer.
Bem alto ao pé do ouvido...
Acorde, acorda marido!
Desejo e quero comer.
*
Home espere amanhecer,
Que eu vou buscar pra tu.
Vá dormir, pare com isso...
Largue desse calundu.
E ela sem lhe atender,
Já foi jurando em fazer,
Ali mesmo um sururu.
*
Quero carne de urubu!
Acorde eu quero comer.
Se você não for buscar,
Nosso filho vai nascer.
Pretinho igual a carvão,
Vão te fazer gozação
E eu não quero nem saber.
*
Por mim o filho vai ser,
Azul, amarelo ou preto.
Desejo é invenção,
Não fui não vou, nem prometo.
Pare de fazer acinte
Pegue um frango preto ou pinte,
Cozinhe ou asse no espeto.
*
Desejo é obsoleto,
Vá dormir q´eu num vou não.
Inda mais a essas horas?
Pare com essa invenção...
Num vê que estou cansado?
E virou pro outro lado,
Roncando igual um barrão.
*
Essa é a sua decisão?
Já sabe, é problema seu...
Nove meses se passaram
E a barriga cresceu.
Chegou o dia do parto,
Quase ele sofre um enfarto,
Nasceu da cor dum pneu.
*
Nessa hora ele correu,
Igual um desesperado.
Pra contar a sua mãe
E contou bem detalhado.
Ela ouviu e lhe falou,
Seu pai também me negou
E agora está explicado.
*
Lembro de ter desejado,
Comer um boi por inteiro.
Seu pai não quis ir buscá-lo,
Desdenhou, foi zombeteiro.
Foi por isso, eu sei que foi,
Meu filho você é boi,
Vá cuidar do seu herdeiro.
*
Fim
*
30/04/2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Êxtase> Autor: Damião Metamorfose.
*
Controle? Não tenho mais...
Está difícil conter.
Já não encontro a paz,
A paz do nosso prazer.
*
Bom seria eu te esquecer,
Mas te esquecer, não almejo.
Sonho acordado em te ver,
Será porque não a vejo?
*
Não controlo o meu desejo
Quero que a paixão aumente
Quero sentir o seu beijo
Quero te olhar frente a frente
*
Tocar-te suavemente,
Despir seu corpo e sugar.
O necta em sua boca ardente,
Com ele me inebriar.
*
De prazer quero inundar,
Você e o seu coração.
E ao mesmo tempo vibrar,
Vivendo a mesma emoção.
*
Mente boca, pé e mão,
Todo o corpo coladinho.
Roupas soltas pelo chão,
Demarcam o nosso caminho.
*
Ao sentir o meu carinho,
Eu sei você vai saber...
Que os meus braços são seu ninho,
E a paz que queres, vai ter.
*
Vou beijar-te e te querer,
Vou fazer-te especial.
Tudo vamos esquecer,
Em êxtase puro e total.
*
Fim
*
29/04/2010
Controle? Não tenho mais...
Está difícil conter.
Já não encontro a paz,
A paz do nosso prazer.
*
Bom seria eu te esquecer,
Mas te esquecer, não almejo.
Sonho acordado em te ver,
Será porque não a vejo?
*
Não controlo o meu desejo
Quero que a paixão aumente
Quero sentir o seu beijo
Quero te olhar frente a frente
*
Tocar-te suavemente,
Despir seu corpo e sugar.
O necta em sua boca ardente,
Com ele me inebriar.
*
De prazer quero inundar,
Você e o seu coração.
E ao mesmo tempo vibrar,
Vivendo a mesma emoção.
*
Mente boca, pé e mão,
Todo o corpo coladinho.
Roupas soltas pelo chão,
Demarcam o nosso caminho.
*
Ao sentir o meu carinho,
Eu sei você vai saber...
Que os meus braços são seu ninho,
E a paz que queres, vai ter.
*
Vou beijar-te e te querer,
Vou fazer-te especial.
Tudo vamos esquecer,
Em êxtase puro e total.
*
Fim
*
29/04/2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
Perguntas e respostas em rojão quente cultural> Autores: Damião Metamorfose & Compadre Lemos. Damião Metamorfose
*
Material extraído da comunidade: Metamorfose, Cordel e Poesias.
Link da comunidade:
*
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=28562031
*
Obs. esse tópico tem o maior numero de postagens desse estilo no orkut, 1042 postagens e mais de 1200 estrofes.
Link do tópico:
*
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=28562031&tid=2552096443077764922&na=3&nst=1033&nid=28562031-2552096443077764922-5455519424773733166
*
Eu e o compadre Lemos,
Fizemos essa peleja.
Quero que o mundo veja,
Um pouco do que sabemos.
Pois esse dom que nós temos,
Não devemos ocultar.
Responder e perguntar,
Nefando foi à semente.
E a resposta em rojão quente,
É pra quem sabe cantar.
*
Compadre Lemos
*
Retrucar é responder,
Mas com certa truculência.
Nos ensina a experiência
Na arte do conviver.
Agora, eu quero saber:
O que é tartamudear?
Mas, se você gaguejar,
Vou retrucar, exigente...
Comigo, o rojão é quente
Cante quem souber cantar!
*
D,M
*
Tartamudear, compadre,
É quem fala gaguejando.
Tal um gago confessando,
Os seus pecados ao padre.
Ou igual uma comadre,
Que vive a tartarear.
Responda sem tramelar,
Tartana e seja ciente.
Comigo o rojão é quente,
Canta quem sabe cantar
*
C,L
*
Tartana de pesca é barco,
No Mediterrâneo usado.
Tem velas e tem calado,
E tem corda, sem ser arco!
É agora que eu te marco,
Pois não vale praguejar:
O que será "moquear"?
E, por favor, não se ausente...
Comigo o rojão é quente,
Cante quem souber cantar!
*
D,M
*
Moquear meu caro Lemos,
É assar em um moquém.
E é conserva também,
Isso nós todos sabemos.
Mas muito poucos fazemos,
O assado em moquear.
Diga o que muxurundar?
Em uma estrofe somente.
E mostre que rojão quente,
É pra quem sabe cantar.
*
C,L
*
Quem não sabe o que é isso
Merece uma muxurunda.
É dar couro, coça ou tunda,
Em quem falta ao compromisso!
Me diga, por causa disso,
Depressa, sem vacilar,
O que é um alguidar,
Mas seja bem coerente...
Pois aqui, no Rojão Quente,
Canta quem sabe cantar!
*
D,M
*
Alguidar no meu nordeste,
Não tem nada com bizarro.
É uma vasilha de barro,
Afirmo e ninguém conteste.
Acho que até no sudeste,
Assim devem a chamar.
Diga-me o que é alhanar?
Mas não seja indecente.
Comigo o rojão é quente,
Canta quem sabe cantar.
*
C,L
*
Alhanar é tornar lhano,
Afável e delicado.
Poeta meio "alhanado"
Não ganha, nem por engano!
Por isso sou mais insano,
Minha briga é pra lascar.
Ascender, vou perguntar,
O que é? Me diga urgente...
Acendendo um Rojão Quente,
Prove que sabe cantar!
*
D,M
*
Ascender caro poeta,
É relativo ao subir.
Um patamar e atingir,
Seu objetivo ou meta.
Se a resposta foi correta,
Vou ousar em perguntar.
Diga o que é ziziar?
Esta até adolescente
Responde no rojão quente,
Mas você tem que cantar.
*
C,L
*
Pois "ziziar" não me amarra,
Não me vence, não me ganha.
Respondo, sem fazer manha,
É o canto de uma cigarra!
Quando há sol ela faz farra,
Pra, no frio, se acabar.
Agora, vou perguntar
O que vem a ser "discente",
Pois decente é o Rojão Quente,
Só pra quem sabe cantar!
*
D,M
*
Discente é o que aprende,
Seja aluno ou professor...
Nós voz eu e o senhor,
Que estuda e não se rende.
Eu sei que o senhor me entende,
Como entende o prosear.
Fale então da jacamar?
Se tem cabelo ou semente.
Quem responde em rojão quente,
Mostra que sabe cantar.
*
C,L
*
Jacamares são pequenas
Avezinhas da floresta.
Beija-flor que nos empresta
As cores de suas penas,
Pintando singelas cenas
Com a graça do seu voar.
Mas... o que é engendrar?
Por acaso é seu parente?
Quem entra no Rojão Quente
É porque sabe cantar!
*
D,M
*
Engendrar é produzir,
Inventar algo qualquer...
De pau fazer uma colher,
Com o barro construir.
Antes de a casa cair,
O telhado concertar.
Diga-me o que é xetrar,
Se não sabe ao menos tente.
Pra provar que rojão quente,
Canta quem sabe cantar.
*
C.L
*
Xetrar é não ter sucesso,
É fracassar tentativa.
É falhar, quando na ativa,
E, sem xetrar, eu lhe peço:
Me diz o que é concesso
E a permissão vou lhe dar
Você pode consultar
Mil dicionários, somente...
Comigo, o Rojão é quente,
Cante quem souber cantar!
*
D,M
*
Concesso é um documento,
“Alvará de concessão.”
O mesmo dar permissão,
Direito e consentimento.
Mas o senhor tome tento,
Não tente me encurralar.
Respondi sem pesquisar,
Responda o que é nitente?
Pois quem brilha em rojão quente,
Não canta só por cantar.
*
C,L
*
Compadre, foi pegadinha,
É nome próprio, eu confesso,
Do meu Compadre Concesso
Da Silva, lá de Serrinha.
Se foi brincadeira minha,
Desculpas vou lhe implorar.
Ser nitente e só brilhar.
Mas diga: bagual é gente?...
Pois, no nosso Rojão Quente,
Canta quem sabe cantar!
*
D,M
*
Bagual, pouco sociável.
E potro recém nascido.
Muito grande ou desmedido,
Também cavalo selvagem.
Se o senhor foi amável,
Não tenho o que desculpar.
Diga-me o que é zavar?
Sem ressentimento oxente!
Conosco o rojão é quente,
Canta quem sabe cantar.
*
C,L
*
Pois então fica o "concesso",
Concedido e permitido!
Fica o lido por não lido,
O escorregão eu confesso!
Mas não me zave, eu lhe peço,
Pois morder é o tal zavar
Com raiva, pra extravasar,
Então, me diga, urgente:
Se o nosso Rojão é quente,
Quem é que pode esfriar???
*
D,M
*
Só os orkuts travados,
Esfria o nosso rojão.
Mas cultura e informação,
Vamos deixar registrados.
Mais de mil foram postados,
Muito mais vamos postar.
E para não esfriar,
Diga o que é aferente?
E deixe o rojão mais quente,
Só pra quem sabe cantar.
*
C,L
*
Aferente é quem conduz,
Direciona ou leva.
E, desde Adão e Eva,
Que o Condutor é a luz!
Mas, diga se o Mastruz
Com Leite é bom de levar
Alegria a algum lugar,
Ou se ele entristece a gente...
Mas diga no Rojão Quente,
Pois você sabe cantar!
*
D,M
*
Mastruz com leite é uma banda,
Sem leite o mastruz é planta.
Com leite canta e encanta,
Sem leite cura quem anda.
Com leite é forró, ciranda,
Quadrilha pra se dançar.
Com alegria irei ficar,
Se me responder contente.
Ita é? No rojão quente,
Canta quem sabe cantar.
*
C,L
*
Peguei um ita no Norte,
Pelo mundo viajei.
Ita é barco e eu bem sei,
Que é feito em madeira forte!
O Compadre está com sorte
Destarte, vou perguntar:
Consorte pode casar?
Pense muito, calmamente...
Pois, aqui, no Rojão Quente,
Só perde quem não cantar!
*
D,M
*
Consorte já é casado,
Companheiro ou mora junto.
Eu entendo deste assunto,
Mas se for só amigado.
Pra ter um elo selado,
Pode e deve casar.
Para ninguém zarelhar,
Zarelhar é bom pra gente?
Responda esse rojão quente,
Mostre que sabe cantar.
*
C,L
*
Zarelhar eu qualifico
Como coisa de gentinha,
Que especula e espezinha,
Fazendo o tal mexerico.
É tão ruim, que eu fico
Sem poder me controlar!
Me diga, mas, sem errar,
Quem é O Oniparente?
Comigo, o Rojão é quente,
Cante quem souber cantar!
*
D,M
*
Oniparente é Deus,
Criador e criatura.
O pai da nossa cultura,
Dos crentes e dos ateus.
Os meus versos não são meus,
Sem ele me inspirar.
Diga o mais puro manjar,
Que adentra a boca inocente?
Adoce este rojão quente,
Que é pra quem sabe canta.
*
C,L
*
Por ordem do Pai Eterno,
A mãe fornece o alimento
Que fortalece o rebento,
Sagrado leite materno!.
Não é verão nem inverno,
Mas é uma "estação",
Nela, samba é tradição,
"Primeira", lá no pomar,
Não é fruta, mais vai dar
Alegria a muita gente...
Me diga o seu nome urgente,
Se você sabe cantar!
*
D,M
*
A mangueira é tradição
E é estação primeira.
Pomar que não tem mangueira,
Não tem sombra no verão.
Ou em qualquer estação,
Vai ter sombra no pomar.
E os frutos que vão vingar?
Cite alguns nomes, somente.
Com mangas o rojão quente,
É mais doce pra cantar.
*
C,L
*
Manga, mangaba e pinha,
Morango, tanja e mamão,
Jabuticaba e melão,
Laranja grande e docinha,
Até jaca com farinha
Pode ter, no seu pomar.
Me diga, então, sem errar,
Qual fruta se assa?... Ô xente!
No forno do Rojão Quente
Cante quem souber cantar!!!
*
D,M
*
Fruta pão, se come assada,
Também pode ser cozida.
Dizem que é boa pedida,
Mas dela, sei quase nada.
Se a resposta foi dada,
Já posso te perguntar.
Fale-me sobre um janhar?
De forma bem abrangente.
Comigo o rojão é quente,
canta quem sabe cantar.
*
Continua na comunidade...
domingo, 25 de abril de 2010
Me orgulho por ser casado> Autor: Damião Metamorfose.
*
Não me considero um velho,
Mas me acho bem rodado.
Pois já passei dos quarenta,
Nasci no século passado.
Pena que perdi meu tempo,
Com casos e contratempo
E com amor falsificado.
*
Já dei muito passo errado,
Tentando achar meu caminho.
Dormindo acompanhado
E acordando sozinho.
Amargando a minha dor,
Porque paguei pela flor,
Mas recebi foi espinho.
*
Deitei em lençóis de linho,
Sóbrio e alcoolizado.
Pra ser feliz de mentira,
Bebi cálices de pecado.
Dei amor, recebi ódio,
Botei serpentes no pódio
E por elas fui picado.
*
Depois de contaminado,
Eu saí contaminando.
Cobrei quem não me devia
E sem saber, fui pagando...
Meus pecados e omissões,
Em suaves prestações,
Que o tempo vai me cobrando.
*
Pra não continuar errando,
Eu resolvi dar um basta.
Mudei de estado e cidade...
Saí da vida nefasta.
Foi aí que mais errei,
Pois dessa vez magoei,
Minha alma gêmea e casta.
*
Troquei-a por uma plasta,
Com alma de cascavel.
Se a taça estava vazia,
Dessa vez se encheu de fel.
Mas como cego eu estava,
Bebia e me lambuzava,
Crente que aquilo era mel.
*
Aos poucos fiz um papel,
Que nem um vivente gosta.
Porque apostava sabendo,
Que era perdida a aposta.
Pois eu vivia casado,
Mas me sentia cagado,
Levando a vida de um bosta.
*
Pra tudo eu tinha resposta
E mesmo assim me calava.
E se quem cala consente,
Eu me conscientizava.
Que aquele preço cobrado,
Eram contas do passado,
Calado a conta eu pagava.
*
Só que eu não imaginava,
Que aquele preço cobrado.
Tinha um outro endereço,
Que eu deixei lá no passado.
Mas continuei pagando
E a cada dia ficando,
Muito mais endividado.
*
Já me sentindo esgotando,
Busquei forças na fraqueza.
Enfrentei a cascavel,
Virei à cama e a mesa.
Botei-a de porta a fora,
Mandei a cobra ir embora,
Mas não arranquei à presa.
*
Pra falar com mais franqueza,
Dessa vez foi que paguei...
Mas refiz a minha vida,
Com o pouco que fiquei.
E pra dizer a verdade,
Eu não sinto nem saudade,
Do tempo que me caguei.
*
Hoje o amor é a lei,
Minha alma gêmea voltou.
Minha divida era com ela
E ela nunca me cobrou.
Agora estamos casados,
Felizes e apaixonados,
Casado e feliz eu sou.
*
Sem pedir, me perdoou,
Eu sofri, ela sofreu.
Mesmo em caminhos opostos,
O seu caminho era o meu.
O meu caminho era o dela,
Hoje eu sou feliz com ela
E o meu amor é só seu.
*
Esse amor que Deus nos deu,
Nenhum ser humano tira.
Estamos de almas limpas,
Não vivemos na mentira.
A nossa família é linda
E a nossa paz é infinda,
Livres do ódio e da ira.
*
Hoje eu toco a minha lira,
Feliz e apaixonado.
Não tenho inveja de nada,
Sou um ser realizado.
E digo a todo o momento,
Eu sou feliz cem por cento,
Me orgulho por ser casado.
*
Fim
*
25/04/2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Para ser um cordelista> Autor: Damião Metamorfose.
*
Para ser um cordelista,
Da nossa literatura.
Não basta só ser poeta,
Não basta só ter cultura.
Tem que ter boa oração,
Rima e metrificação
E usar bem a mistura.
*
Tem muita gente que jura,
Que sabe fazer cordel.
Até usa o codinome,
De poeta menestrel.
Mas não conhece o oficio
E o folheto é um desperdício,
De tinta, xilo e papel.
*
Pra ficar sopa no mel,
Todo cordel tem que ter.
O começo, meio e fim,
Rimas gostosas de ler.
Uma historia bem contada,
Com estrofe metrificada
E fácil de se entender.
*
O começo tem que ser,
Um esboço ou cabeçalho.
Parecido com uma carta,
Carta escrita, não baralho.
Pra iniciar a historia,
Imagine a trajetória,
Que te der menos trabalho.
*
Pro cordel não ficar falho,
Escolha bem a mensagem.
Um titulo bem popular,
O nome do personagem.
E faça com que o leitor,
Ao lê-lo sinta o calor
E embarque na viagem.
*
Cordelistas com bagagem,
Na hora que vai criar.
Tem o seu estilo próprio,
Não gosta de plagiar.
E estuda as teorias,
Pois pra fazer poesia,
Também precisa estudar.
*
Antes de mandar rodar,
A primeira edição.
Procura um bom catedrático,
Pra fazer a correção.
-Mas se tiver bom estudo,
O autor mesmo faz tudo
E deixa com precisão.
*
Atingir a perfeição?
Isso não é necessário.
Basta ser bem criativo
Ter um bom vocabulário.
E se quiser inovar,
Também pode e deve usar,
Sempre um bom dicionário.
*
Seguir caminho contrário,
Escrevendo em pé quebrado.
Além de não ser poeta
Cordelista, é reprovado.
Se o cordel não tem teor,
Ao recitá-lo, o autor,
Não vai ser ovacionado.
*
O cordelista aprovado,
Não nega ajuda ao novato.
Mostra onde estão os erros...
Não repele ou faz boato.
Tem sempre boa resposta,
Porque o cordelista gosta,
De ser útil, não ingrato.
*
A poesia é um prato,
Límpido, extenso e profundo.
Que por mais que alguém se farte,
Não consegue ir ao fundo.
Rico em todos os nutrientes,
Alimenta almas e mentes,
Em qualquer parte do mundo.
*
No bom cordel eu me inundo
E começo a viajar.
Abro as comportas do peito,
Que me faz rir ou chorar.
É meu fiel companheiro,
Com dinheiro ou sem dinheiro,
Sempre vai me acompanhar.
*
Mas se for cordel vulgar,
De baixo ou baixíssimo nível.
Posso até ler uma estrofe,
Mais que isso, é impossível.
Ser poeta é mais que um dom,
Não o desperdice com,
Conteúdo destrutível.
*
Poesia é um combustível,
De uma fonte inesgotável.
Não tem jovem nem idoso,
Nem rico nem miserável.
Quem se descobre poeta,
Com certeza se completa,
Da forma que é mais viável.
*
Por isso acho lastimável,
Ver poeta tarimbado.
Dos que se diz cordelista,
Andar de queixo empinado.
Se achando um menestrel
E assassinando o cordel,
Fazendo verso quadrado.
*
Acho que dei meu recado,
Por aqui vou encerrar.
Se para você foi útil,
Não precisa elogiar.
Eu só fiz o meu papel,
Sou aprendiz de cordel,
Estou sempre a estudar.
*
Fim
*
23/04/2010
Para ser um cordelista,
Da nossa literatura.
Não basta só ser poeta,
Não basta só ter cultura.
Tem que ter boa oração,
Rima e metrificação
E usar bem a mistura.
*
Tem muita gente que jura,
Que sabe fazer cordel.
Até usa o codinome,
De poeta menestrel.
Mas não conhece o oficio
E o folheto é um desperdício,
De tinta, xilo e papel.
*
Pra ficar sopa no mel,
Todo cordel tem que ter.
O começo, meio e fim,
Rimas gostosas de ler.
Uma historia bem contada,
Com estrofe metrificada
E fácil de se entender.
*
O começo tem que ser,
Um esboço ou cabeçalho.
Parecido com uma carta,
Carta escrita, não baralho.
Pra iniciar a historia,
Imagine a trajetória,
Que te der menos trabalho.
*
Pro cordel não ficar falho,
Escolha bem a mensagem.
Um titulo bem popular,
O nome do personagem.
E faça com que o leitor,
Ao lê-lo sinta o calor
E embarque na viagem.
*
Cordelistas com bagagem,
Na hora que vai criar.
Tem o seu estilo próprio,
Não gosta de plagiar.
E estuda as teorias,
Pois pra fazer poesia,
Também precisa estudar.
*
Antes de mandar rodar,
A primeira edição.
Procura um bom catedrático,
Pra fazer a correção.
-Mas se tiver bom estudo,
O autor mesmo faz tudo
E deixa com precisão.
*
Atingir a perfeição?
Isso não é necessário.
Basta ser bem criativo
Ter um bom vocabulário.
E se quiser inovar,
Também pode e deve usar,
Sempre um bom dicionário.
*
Seguir caminho contrário,
Escrevendo em pé quebrado.
Além de não ser poeta
Cordelista, é reprovado.
Se o cordel não tem teor,
Ao recitá-lo, o autor,
Não vai ser ovacionado.
*
O cordelista aprovado,
Não nega ajuda ao novato.
Mostra onde estão os erros...
Não repele ou faz boato.
Tem sempre boa resposta,
Porque o cordelista gosta,
De ser útil, não ingrato.
*
A poesia é um prato,
Límpido, extenso e profundo.
Que por mais que alguém se farte,
Não consegue ir ao fundo.
Rico em todos os nutrientes,
Alimenta almas e mentes,
Em qualquer parte do mundo.
*
No bom cordel eu me inundo
E começo a viajar.
Abro as comportas do peito,
Que me faz rir ou chorar.
É meu fiel companheiro,
Com dinheiro ou sem dinheiro,
Sempre vai me acompanhar.
*
Mas se for cordel vulgar,
De baixo ou baixíssimo nível.
Posso até ler uma estrofe,
Mais que isso, é impossível.
Ser poeta é mais que um dom,
Não o desperdice com,
Conteúdo destrutível.
*
Poesia é um combustível,
De uma fonte inesgotável.
Não tem jovem nem idoso,
Nem rico nem miserável.
Quem se descobre poeta,
Com certeza se completa,
Da forma que é mais viável.
*
Por isso acho lastimável,
Ver poeta tarimbado.
Dos que se diz cordelista,
Andar de queixo empinado.
Se achando um menestrel
E assassinando o cordel,
Fazendo verso quadrado.
*
Acho que dei meu recado,
Por aqui vou encerrar.
Se para você foi útil,
Não precisa elogiar.
Eu só fiz o meu papel,
Sou aprendiz de cordel,
Estou sempre a estudar.
*
Fim
*
23/04/2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Sai difunto ô sai doto> Mote matuto em décimas de sete pés, vinte e oito estrofes.Autores: Compadre Lemos & Damião Metamorfose.
*
Compadre Lemos
*
Meu Compadre Damião,
Me desculpe a ousadia.
Pra isquentá a Cantoria,
Eu faço presentação!
E convido ocê, então,
Pra mostrá o seu valô,
Pra dizê se é cantadô
Que não foge do perigo...
Apois, quem canta comigo
Sai difunto ô sai Dotô!...
*
Damião Metamorfose
*
Eu isperei pá nascê,
Safra de cinco minino.
Nasci sambudo e franzino,
E ademorei pá crescê.
Me adescurpe se vancê,
Eu quis dizê o sinhô.
Perdeu da vida o amô,
Ou o medo do jazigo.
Apois, quem canta comigo
Sai difunto ô sai Dotô!...
*
C,L
*
Jazigo é cama quentinha,
Num bota medo em ninguém!
Seje aqui, seje no Além,
A hora minha é só minha!
Pois peça bênça à Madinha,
Dispede de seus amô,
Arrume um buquê de frô,
E diga: agora é que eu sigo!
Apois, quem canta comigo
Sai difunto ô sai Dotô!...
*
D,M
*
Frô é coisa de minina,
Eu sô nordestino e macho.
Cheio de fogo no facho,
Não uso nem briantina.
Sô chiclete, sô resina,
No pé di um cantado.
Ardido ingual um cocô,
Pió qui calo di figo.
Apois, quem canta comigo
Sai difunto ô sai Dotô!...
*
C,L
*
Sua frô num dá semente,
O seu macho é machu... cado,
O seu facho é apagado,
Seu cabelo é anti-pente!
Seu chicrete dói os dente,
Sua rizina cecô,
Seu fiofó já trancô,
Já seu calo... é vitiligo!
Apois, quem canta comigo
Sai difunto ô sai dotô!...
*
D,M
*
Cumpadi num quero afago,
Sô fera qui maticomi.
Num tenho medo di homi,
Nem di bicho qui tem bago.
Adispoi qui tumo um trago,
Açulero o meu motô.
Cante tudim pufavô,
Qui num mi assusto, nem ligo.
Apois, quem canta comigo
Sai difunto ô sai dotô!...
*
C,L
*
No dia queu afagá
Um macho, a casa cai.
Só se o macho fô meu pai,
Móde o afago ganhá!
Mai, nun seno, sai pra lá!
Pru que macho eu tomém sô.
Meu nome num é "Dasdô",
Esse camin eu nun sigo...
Apois, quem canta cumigo,
Sai difunto ô sai Dotô!
*
D,M
*
Num desdém do meu cantá,
Só pruque sô caipira.
Nem mangue da minha lira,
Com o vosso bla bla blá.
Se eu num pudi mim foimá,
E vancê muito istudô.
Mai fique sabendo sô!
Qui adonde fô eu ti sigo
Apois, quem canta cumigo,
Sai difunto ô sai Dotô!
*
C,L
*
Quem disdenha qué comprá,
Deusulivre fazê isso!
Devoto do Padin Ciço,
Em ninguém eu vô pisá!
Mai... quem min disafiá
Vai topá bão cantadô,
E, se num tivé valô,
Vai tomá no pé do umbigo...
Apois, quem canta cumigo,
Sai difunto, ou sai dotô!
*
D,M
*
Nasci lá no mei du mato,
Ali mermo mim criei.
Na iscola eu num pisei,
Sou um cabôco pacato.
Nunca tirei meu retrato,
Pois o dinheiro fartô.
Se o meu talento jorrô
Atente pro que te digo.
Apois, quem canta cumigo,
Sai difunto, ou sai dotô!
*
C,L
*
Quem nasce no mato é bicho,
Eu nasci foi lá in casa!
Sardinha pra minha brasa,
Nunca percurei no lixo!
Mai eu sô um carrapicho,
Quano pego um cantadô
Qui pensa qui é sinhô
Do chicote e do castigo...
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto, ô sai dotô!
*
D,M
*
Vou te butá uma sela,
dispois vô descê o rei.
Quero te torá no mei,
Açoitá cum a fivela.
Ô tu guenta a banguela,
Mostra qui é corredô.
Num adianta chororô,
Qui aqui num vai tê abrigo.
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto, ô sai dotô!
*
C,L
*
A sela, dá pro teu pai,
O "rei" cê dá pra rainha,
Cê qué torá? Tora a minha
Fivela, qui a carça cai!
Banguela vai sê quem vai
Correno atrái do sinhô!
Teu chôro já pipocô,
Disabrigado e antigo...
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto, ou sai dotô!
*
D,M
*
Eu já sei o quanto custa,
Enfrentar um repentista.
Seja aprendiz de artista
Ou di carreira ribusta.
Mai num fico im saia justa,
Cum todo esse seu frozô.
Foi vancê qui mim chamô,
Antonce iscute o qui digo.
Apois, quem canta comigo
Sai difunto ô sai Dotô!...
*
C,L
*
Custa munto é tê talento,
Mai talento ninguém vende!
Compade, vê se me entende:
Cantadô num é fermento.
Num cresce assim, de momento,
Derrepente, já formô!
Puéta que num istudô
De si mesmo é inimigo...
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto, ô sai dotô!
*
D,M
*
Ramimendar os bigodi
E butá rima pá fora.
Dessa veiz nem caipora,
Nem o capeta te acodi.
Chame um orixá e rodi,
Qui hoje tô cum istopô.
O meu rolo compresso,
Vai ti muê feito trigo.
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto, ô sai dotô!
*
C,L
*
Seu rôlo tá na cabeça
Duma nêga pixain!
Já oviu falá de rolin?
Da lição ocê num isquêça!
Dumingo, sigunda ô têça,
Quarqué dia dêsse eu vô
Adonde ocê se interrô,
Butá vela em seu jazigo...
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto, ô sai dotô!...
*
D,M
*
Cumpadi si num mintende,
Assunte pá esse assunto.
Mermo morto eu chego junto,
Sô cabra qui num se rende.
Dessa vei vancê aprende,
A arrespeitá meu shô.
Vai vê qui adonde eu vô
Cantadô corre do abrigo.
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto, ô sai dotô!...
*
C,L
*
Pois ocê, vivo, eu infrento,
Sem medo de lhe matá.
Mêrmo morto, vamo lá,
Qui a vida tem seus momento!
Morto-vivo, eu oriento:
É qui zumbi já virô!
Sua fama já acabô,
Vivo ô morto, lhe pressigo...
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto ô sai dotô!
*
D,M
*
Fui um muleque traquino,
Quase num fui à iscola.
Tumem nunca joguei bola,
Cantá era o meu distino.
Nunca quis sê assassino,
Mai vancê mi provocô.
Minha cabeça pirô,
Agora guente o castigo.
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto ô sai dotô!
*
C,L
*
Se a rima tá rariano,
É qui o puéta num caça.
Diz qui a rima tá iscassa,
Vai logo se acomodano!
Eu vô rimá mais um ano,
Móde insiná quem falô
Qui as rima já se acabô,
Chorano, feito um mendigo...
Apois, quem canta cumigo,
Sai difunto ô sai dotô!!!
*
D,M
*
Num vá cantano vitora,
Pensano qui mincabula.
Eu já li a sua bula,
Cunheço a sua histora.
Já fui a Juiz de fora,
E um de dento mim contô.
Qui o sinhô si cunfessô.
Quando fui cantá cuntigo.
Apois, quem canta cumigo,
Sai difunto ô sai dotô!!!
*
C,L
*
Ocê, in Juiz de Fora???
Só se fô na carcerage!
Tu tem é munta corage:
Conta mintira e nun cora!...
Intonce, vamo simbora,
Qui o tempo já se isgotô.
Cum meu velso, tu medrô,
Mais teu medo eu num bendigo!
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto, ô sai dotô!...
*
D,M
*
Pá catá cum voi micê,
Eu num faço nem insaio.
O sinhô tem velso faio,
Fraquim e dexa a devê.
Faz todo esse fuzuê,
Mai é só um perdedô.
Se arguma vei tu ganhô,
Me alembre, queu num cunsigo.
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto, ô sai dotô!...
*
C,L
*
Foi naquela ocasião,
Na casa de Zé Limêra:
Nóis dois dento da fuguêra,
Duas viola na mão!
O cê disse um palavrão,
Qui meu velso arrespostô:
Esse trem qui ocê falô,
Num ingulo e nem mastigo...
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto ô sai dotô!...
*
D,M
*
Vancê já istá cansado,
Cai aqui, cai acolá.
Num guenta mai cantá,
Cum pueta dotro istado.
Eu inda nem tô suado,
Poi pá mim nem cumeçô.
Dromi um poço meu vovô,
Qui eu suzinho prossigo.
Apois, quem canta cumigo
Sai difunto ô sai dotô!...
*
C,L
*
Se perdeu quem prussiguiu
Sem isperá os cumpanhêro.
Perdeu camin e carrêro,
E na caatinga sumiu.
Numca mais ninguém oviu
Um comentáro qui fô.
Todo mundo se calô,
Dos canáro aos papafigo...
Apois, quem canta cumigo,
Sai difunto ô sai dotô!
*
D,M
*
Pá ficá tud´impatado,
Si o sinhô cantô premêro.
Vô cantá o derradêro,
Pruquê fui isculhambado.
Qund´eu istô imbalado,
Num sei o qé sintir dô.
Si o caba fô corredô,
Pode corrê q´eu presigo.
Apois, quem canta cumigo,
*
FIM
quinta-feira, 15 de abril de 2010
O popular kit puta> Autor: Damião Metamorfose.
*
No mundo competitivo,
Selvagem e capitalista.
Tem sempre um novo ditado
E outro que sumiu de vista.
Mas desse que vou falar,
Já ficou tão popular,
Que é o primeiro na lista.
*
Não me chame de machista,
Esse título eu não mereço.
Só falo aquilo que ouço,
Que já vi ou que conheço.
Muitos vão me renegar,
Mas é dito popular,
Quem inventou pague o preço.
*
Leia bem desde o começo,
Para não me confundir.
Se achar o título agressivo,
Não venha me agredir.
Porque o que vem depois,
Não dar nome a vaca ou bois...
São só motivos pra rir.
*
Se quiser interagir,
Que tal deixar comentário?
É bem melhor, pois assim,
Você prova ao contrario.
Que esse ditado é mentira
E quem inventou? Se vira...
Ou aguente o seu fadário.
*
Se eu não mereço o calvário,
Acho melhor começar.
A contar o que ouvi,
O rádio povão contar.
Sobre o título agressivo,
Mas que é muito sugestivo,
Em tudo que é lugar.
*
O kit é tão popular,
Que até já virou mania.
Já não escolhe a idade,
Vai da sobrinha a titia.
Por isso é que eu me arrisco
E vou correr esse risco,
Transformando-o em poesia.
*
Ver-se de noite ou de dia,
Pelas ruas da cidade.
As pessoas que o carregam,
Talvez por necessidade.
Mas a maioria usa,
Exibe-se e até abusa,
Só por pura vaidade.
*
Quando ouvi achei maldade
E até de baixo calão.
Mas como aqui no nordeste,
Só a fome é palavrão.
Eu fui me adaptando
E até me pego falando,
Sem nenhuma rejeição.
*
Não tome por gozação,
Pois não penso em te gozar.
O popular kit puta,
É usado em todo lugar.
Por jovens e adolescentes
E é um aparelho nos dentes,
Uma biz e um celular.
*
Fim
*
14/04/2010
No mundo competitivo,
Selvagem e capitalista.
Tem sempre um novo ditado
E outro que sumiu de vista.
Mas desse que vou falar,
Já ficou tão popular,
Que é o primeiro na lista.
*
Não me chame de machista,
Esse título eu não mereço.
Só falo aquilo que ouço,
Que já vi ou que conheço.
Muitos vão me renegar,
Mas é dito popular,
Quem inventou pague o preço.
*
Leia bem desde o começo,
Para não me confundir.
Se achar o título agressivo,
Não venha me agredir.
Porque o que vem depois,
Não dar nome a vaca ou bois...
São só motivos pra rir.
*
Se quiser interagir,
Que tal deixar comentário?
É bem melhor, pois assim,
Você prova ao contrario.
Que esse ditado é mentira
E quem inventou? Se vira...
Ou aguente o seu fadário.
*
Se eu não mereço o calvário,
Acho melhor começar.
A contar o que ouvi,
O rádio povão contar.
Sobre o título agressivo,
Mas que é muito sugestivo,
Em tudo que é lugar.
*
O kit é tão popular,
Que até já virou mania.
Já não escolhe a idade,
Vai da sobrinha a titia.
Por isso é que eu me arrisco
E vou correr esse risco,
Transformando-o em poesia.
*
Ver-se de noite ou de dia,
Pelas ruas da cidade.
As pessoas que o carregam,
Talvez por necessidade.
Mas a maioria usa,
Exibe-se e até abusa,
Só por pura vaidade.
*
Quando ouvi achei maldade
E até de baixo calão.
Mas como aqui no nordeste,
Só a fome é palavrão.
Eu fui me adaptando
E até me pego falando,
Sem nenhuma rejeição.
*
Não tome por gozação,
Pois não penso em te gozar.
O popular kit puta,
É usado em todo lugar.
Por jovens e adolescentes
E é um aparelho nos dentes,
Uma biz e um celular.
*
Fim
*
14/04/2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
No país verde e amarelo> Autor: Damião Metamorfose.
*
Glosas de minha autoria desconheço o autor do mote.
*
Se de um lado a seca mata,
Do outro a água destrói.
Oh!Meu Jesus como dói,
Ver o buraco na mata.
Casa sem teto e sapata,
Berços boiando na enchente.
O grito de um inocente,
Num lamento de flagelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
De um lado a bandidagem,
Mata inocente e ladrão.
Muitos sem ter opção,
Aceita viver a margem.
Na política a malandragem,
Trata o povo de demente.
Pobre aguenta a chapa quente,
O rico vive em castelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Se você tem é roubado,
Se não tem é vagabundo.
Pra respirar um segundo,
Algum imposto é cobrado.
Sertanejo respeitado,
Vira um urbano indigente.
Se a policia passa o pente,
Só prende o pé de chinelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Tem rico alteando o muro,
Para ter mais segurança.
Tirando férias na França,
Miame e Porto Seguro.
O pobre vive em apuro,
Sobrevive simplesmente.
Se tentar um passo a frente,
Sai o botão do chinelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Se o governo federal,
Destina a verba ao nordeste.
Tem sempre um filho da peste,
Que desvia o principal.
E o resto do capital,
Quando chega ao mais carente.
O pai dégua simplesmente,
Diz: vote em mim que eu te zelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Acabou trabalho escravo?
Só se for na teoria.
Pode até ter alforria,
Mas só pra quem faz conchavo.
A arrogância e o seu travo,
Não tem ouvido que aguente.
O que tem alta patente,
Não dispensa o parabelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Rico mente rouba e mata,
O pobre só mata a fome.
O rico ostenta o seu nome,
As custa do ouro e prata.
Quando o pobre desacata,
O castigo é evidente.
O condenam friamente
E o juiz bate o martelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
*
Aquele que mais trabalha,
Sem descanso o dia inteiro.
Não ver a cor do dinheiro,
Só sente a dor da cangalha.
A matemática é sem falha,
Mas é falho o expoente.
Pois opera o excedente,
No mercado paralelo.
No país verde e amarelo,
Tá preto pra muita gente.
terça-feira, 6 de abril de 2010
O novo sol > Autor: Damião Metamorfose.
*
Todas as provas de amor que precise,
Eu irei te dar não perca a esperança.
Mais se tudo tem o seu momento exato,
Não precisa pressa nem faça cobrança.
Mantenha a calma que a minha alma,
Só fica mais calma se a sua se acalma,
E eu de alma calma sou uma criança.
*
Dou-te garantias que a nossa aliança,
Será sempre honrada e não precisam juras.
Se o nosso elo resistiu ao tempo,
Ao vento, ao relento e as noites escuras.
Não vai ser agora que vamos deixar,
Um amor tão puro infindo se acabar,
Por causa de gente com mentes impuras.
*
Somos escolhidos, não vãs criaturas,
Abrace essa causa e esqueça esse medo.
Diga ao mundo o que é pra ser dito
E faça silencio do que é segredo.
Não se ofusque com o novo sol,
Nem se assuste porque é tudo em prol,
Do que era tarde, mas chegou tão cedo.
*
Dedicado a minha alma gêmea: Vitória Sena
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Teleguiados ou tevês bitolados> Autor: Damião Metamorfose.
*
Não precisa de pesquisas,
Canudo e certificados.
Estudar noites a fio,
Buscando alguns resultados.
Pra saber que esses viventes,
Pseudos inteligentes,
São todos teleguiados.
*
São uns tevês bitolados,
Fazem o que a tevê manda.
Compre isto compre aquilo...
Obedecem à propaganda.
E os filhos crescem iguais,
Com as doenças dos pais,
Por isso a coisa não anda.
*
Compra o cd de uma banda,
Sem nem gostar do estilo.
Compra em dez ou doze vezes,
Sem desconfiar que aquilo.
Pode atrasar sua vida,
Só quando está sem saída,
É que percebe o vacilo.
*
Eu não sou mais um pupilo,
Mas uma vez vacilei.
Pensando que era vantagem,
Sem precisar eu comprei.
Quando pluguei na tomada,
Não funcionava nada,
Joguei fora e nem usei.
*
Outra coisa que eu notei,
Que pra mim é um arrogo.
É comprar uma parabólica,
Pra ver Record, Band e globo.
Se o sinal já pegava,
Portanto não precisava,
Comprou porque é um bobo.
*
O consumismo é um fogo,
Que queima em todo lugar.
Conheço gente que tem,
Câmara no celular.
E vive igual um gaiato,
Tirando o próprio retrato,
Só pra ele mesmo olhar.
*
Se o seu time for jogar
E a tevê transmite ao vivo.
Mas se você é fanático,
Ir ao estádio é um bom motivo.
Agora ir ao estádio
Levando iPod e um radio,
Acho pouco criativo.
*
Desculpe se eu fui nocivo,
Não foi essa a intenção.
Peço desculpas se errei,
Mas é minha opinião.
Nós somos teleguiados,
Todos uns tevês bitolados,
Com um controle na mão.
*
Fim
*
05/04/2010
O mundo está encolhendo> Autor: Damião Metamorfose.
*
A cada dia que passa,
O mundo está encolhendo.
Costumes são esquecidos,
Poucos vão aparecendo.
O bilro não faz mais rendas,
As leis se encheram de emendas
E o que subiu tá descendo.
*
Hoje estamos vivendo,
Vigiado ou vigiando.
O que o inteligente faz,
O esperto vai copiando.
Igrejas estão lotadas
E o Deus que dorme em calçadas,
Ninguém está adorando.
*
Eu ainda lembro quando,
Alunos cantavam o hino.
A gíria era poxa e mora,
A calça, a boca de sino.
Luiz Gonzaga reinava
E frei Damião pregava,
Sem sotaque nordestino.
*
A fama de Virgulino,
O perverso lampião.
Assustava até defuntos,
Era o terror do sertão.
E o meu país do futuro,
Devendo dinheiro a juro,
Nem parecia ilusão.
*
Pagamento a prestação,
Pouca gente conhecia.
O um e noventa e nove,
Ainda nem existia.
E se acaso um avião,
Sobrevoasse o sertão,
Com medo o povo corria.
*
Validade ou garantia,
Por um produto comprado.
Se hoje não funciona,
Imagine no passado.
Sei que temos os direitos,
Mas as leis têm uns defeitos,
Que é melhor ficar calado.
*
Hoje o que é fabricado,
Nos states ou Japão.
Rapidinho chega aqui,
Nos cafundós do sertão.
E o que era grande e pesado,
Depois de modernizado,
Cabe na palma da mão.
*
Nano robotização,
Conferencias virtuais.
Transplantes que salvam vidas,
Clonagens de animais.
Tantas modernizações,
Mas as novas gerações,
Não pedem a bênção aos seus pais.
*
O mundo encolheu demais
E continua encolhendo.
Pessoas que eu nem conheço,
Sabem o que estou fazendo.
Mas quem sou eu pra dizer,
Que o mundo vai encolher,
Se dizem que está crescendo?
*
Fim
*
05/04/2010
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Desce Jesus> Autor: Damião Metamorfose.
*
Desce dos céus oh! Jesus,
Habitai em minha mente.
Pra q´eu transmita em versos...
De forma bem transparente.
Pedindo aos seres da terra,
Que façam paz, não a guerra,
Que o amor se faça presente.
*
Venha ensinar a essa gente,
O que já foi ensinado...
Mas que parece esquecido
Ou pouco foi praticado.
Vem com seus anjos de guarda,
Pois desse jeito não tarda
E o mundo está arruinado.
*
Venha, mas traga um cajado,
Que o mundo está perigoso...
Tem gente comprando almas...
Vendendo a um deus duvidoso.
Um que promete dinheiro
E leva pro cativeiro,
Qualquer espírito ocioso.
*
Venha e seja corajoso,
Pois sua luz virou treva.
Tem Adão sem paraíso,
Que há tempos trai sua Eva.
E a Eva também senhor!
Tá sem vergonha e pudor...
E com qualquer um, se eleva.
*
Venha e, por favor, me leva
E leve os filhos teus.
Leve o ateus que são crentes,
Os crentes que são ateus.
Venha senhor, Venha logo,
Venha senhor, a ti rogo,
Venha pelo amor de Deus!
*
Já não são os Fariseus...
Os Egípcios ou romanos...
São bilhões, trilhões, nem sei...
Qual a soma dos humanos.
Que pregam e oram por paz,
Mas o vilão satanás,
Transformam-nos em insanos.
*
Senhor falta quantos anos,
Pra ficarmos face a face?
Pra que eu te abrace oh meu pai!
Para que você me abrace?
Perdoe-me se é egoísmo,
Mas se esse mundo é um abismo,
Não é melhor que acabace?
*
Senhor! Perdoe esse impasse,
Quem sou eu pra duvidar.
Sou apenas um dos filhos
E entre tantos, quero estar.
Atrelado em sua mão
E orar sem sofreguidão,
Pedindo pra nos salvar.
*
Senhor quem vai me ajudar?
Se você é minha estrada.
Meu passado sem você,
É só página virada.
Você é pai, sou seu filho,
Sem sua luz, sem seu brilho,
Sou nada senhor, sou nada.
*
01/04/2010
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