terça-feira, 10 de novembro de 2009

O pior tipo de gente II> Autor: Damião Metamorfose.


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O pior tipo de gente II> Autor: Damião Metamorfose.
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01=I
O pior tipo de gente,
Que tem nesse mundo inteiro.
Que é ultimo em quase tudo,
Só na ruindade é primeiro.
Vou expor nesse cordel,
Cem por cento verdadeiro.
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02=II
Não gosto de arruaceiro,
Acho o fofoqueiro um fraco.
desocupado não presta,
não gosto de puxa saco.
Mas de todos que não gosto,
No topo fica o velhaco.
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03=III
Essa raça num buraco,
Com sete palmos de chão.
Se eu pudesse mandava,
Um a um sem exceção.
De forma que não voltasse,
Nem em outra encarnação.
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04=IV
Velhaco é obra do cão,
Ou é a sobra da sobra.
Enquanto não dar um golpe,
Fica fazendo manobra.
Se morou no paraíso
Decerto ele era a cobra.
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05=V
O velhaco se desdobra,
Pra ferrar o seu destino.
Inventa que os pais morreram,
Chora e finge desatino,
Pra justiça é inadimplente...
Mas é caloteiro fino.
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06=VI
O velhaco é assassino,
Das coisas boas da vida.
Assassina o próprio nome,
Portanto é um suicida.
Para não cruzar com um,
Mudo até de avenida.
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07=VII
Também é um homicida,
Quando está em ação.
É sempre um ótimo cliente,
Se o assunto é prestação.
Mas na hora de pagar,
Não dar nem explicação.
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08=VIII
Velhaco é sem coração,
Sem vergonha e sem limite.
Quando prepara um bote,
Faz com que se acredite.
Que é pessoa do bem
Ai não tem quem evite!
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09=IX
Te elogia e dar palpite,
E é cheio de quasquascá.
Quando não engana aqui,
Sacaneia acolá.
Promete mundos e fundos,
Mas não tem nada pra dá.
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10=X
Velhaco tem patuá,
Pelo diabo é protegido.
Não tem nada a ver com Deus,
Essa raça de bandido.
Se eu pudesse era olhar...
Já deixava um caído.

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11=XI
Falso nojento e fingido,
Mas finge ter lealdade.
Leva a vida na esbórnia,
Mas sempre em sobriedade.
Que é melhor pra dar um golpe,
Se houver necessidade.
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12=XII
O velhaco tem ruindade,
Perspicácia e safadeza.
Passa dias, meses ano,
Estudando a sua presa.
Para poder desarmá-la,
Deixando-a sem defesa.
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13=XIII
Deixando a presa indefesa,
Tudo que ele quer arruma.
Sua conversa é suave,
Igual a brisa na pluma.
Mas duvido que depois,
Alguma coisa ele assuma.
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14=XIV
Velhaco é pior que bruma
Embaçando o seu olhar.
Um larápio descarado,
Treinado pra enganar.
Na arte da velhaquice,
Tira o primeiro lugar.
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15=XV
Quando vem pra aplicar,
Estuda bem o caminho.
Mapeia a sua rotina,
Seja um ausente ou vizinho.
Às vezes age em grupo,
Mas acha melhor sozinho.

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16=XVI
Velhaco anda no linho
Usa um bom chapéu de massa.
Sapato bom e bonito,
Mas por onde ele passa.
Todos que vêem já sabem...
Que ele ganhou com trapaça.
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17=XVII
O velhaco é uma desgraça,
Mas tem conversa sadia.
Quando ele escolhe a vitima,
Vai com a voz bem macia.
Bota das nuvens pra cima,
Só pra ter o que queria.
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18=XVIII
Se eu pudesse não teria
Um velhaco pra semente.
Exterminava um por um,
Mandava passar o pente.
Porque o velhaco é...
O pior tipo de gente.
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19=XIX
Ele se finge de crente,
Mas um salmo ele não leu.
Quando fica sem nenhum,
Não tem nobre nem plebeu,
Se não honra o próprio nome,
Pense! O que faz com o seu?
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20=XX
O velhaco é um ateu,
Um descrente da verdade.
Vive no seu mundo sujo,
Não por ter necessidade.
É só porque é dotado
De mau caráter e ruindade.
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21=XXI
Se fizer uma caridade,
Ou qualquer outra decência.
Em pouco tempo ele volta,
Demonstrando decadência.
Desarma-te de um jeito,
Rouba até a consciência.
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22=XXII
Não tenho nem paciência,
De conversar com velhaco.
Mando logo ir as favas,
Dar no pé ou ir pro saco.
Caçar ninho de jumento
Ou pentear um macaco.
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23=XXIII
Eu já morei com velhaco,
Sei bem o que estou dizendo.
Tomara que algum leia,
O que estou escrevendo.
Dê um cano em outro e pague,
O que está me devendo.
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24=XXIV
Meu sangue fica fervendo,
Só em falar dessa peste.
Essa raça sem futuro,
Que não passa no meu teste.
Quer ter raiva igual a mim?
Pegue o que é seu e empreste.
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25=XXV
Não conheço um que preste,
Pra mim tudo é sem futuro.
Não arromba sua porta,
Nem teto nem pula o muro.
Mas invade a sua mente,
Sempre com um golpe seguro.
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26=XXVI
Se eu ver um em apuro,
Eu mudo até de caminho.
Nem que eu tenha que trilhar,
Entre buraco e espinho.
Só para não ter contato,
Com esse ser tão mesquinho.
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27=XXVII
Prefiro viver sozinho,
Do que mal acompanhado.
Muito mais se for pra ter,
Velhaco como aliado.
Se vier comprar eu dou,
Só pra não vender fiado.
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28=XXVIII
O que ganhei foi suado,
Sempre com honestidade.
Mas inventei de morar,
Com uma velhaca de verdade,
Deu cano em tudo o que pode,
Depois levou a metade.
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29=XXIX
Raça sem capacidade,
Sem futuro e sem coragem.
Pobre, podre e desonesta,
E rica em picaretagem.
Se for pra ir pro inferno,
Deixe que eu pago a passagem.
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30=XXX
Só pensam em vadiagem,
Trabalhar que é bom nem fala.
Nenhuma raça do mundo
Ao velhaco se iguala.
É tão ruim que não paga,
Nem o valor de uma bala.

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31=XXXI
Da cozinha, quarto ou sala,
Do cigarro ao cinzeiro.
Supermercado e farmácia,
A quitanda e o leiteiro.
Se você vender fiado,
Perde amizade e dinheiro.
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32=XXXII
O velhaco é presepeiro,
Covarde, vil, sem vergonha.
Descarado e intrometido,
Carregado de peçonha.
Leva a vida no arame,
Mas compra tudo que sonha.
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34=XXXIV
Quem duvidar que se oponha,
A tudo que estou dizendo.
Abra a porta pro velhaco,
Venda o que ele está querendo.
Que você vai à falência
E ainda fica devendo.
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35=XXXV
Quem ler vai ficar sabendo,
Que essa raça não presta.
Portanto não baixe a guarda,
Que o velhaco faz a festa.
Leva tudo e deixa um nome...
De trouxa na sua testa.
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36=XXXVI
Essa raça é indigesta,
Que você não sabe o quanto...
Tem quem não parece e é,
Mesmo com cara de santo.
Ta dentro da sua casa,
Na rua, em tudo que é canto.


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37=XXXVII
Com cautela eu te garanto,
Que você o identifica.
Velhaco é bom de conversa,
Fala, fala, explica, explica.
Mesmo sendo muito pobre,
Tem um tio ou tia rica.
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38=XXXVIII
Eu já te dei tanta dica,
Acho que já entendeu.
E se não, eu desconfio,
Que o cordel você nem leu.
Ou tu também és velhaco,
Igual ao que roubou eu.
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39=XXXIX
Mas isso é problema seu,
Não sou sua palmatória.
Pelo sim ou pelo não,
Preste atenção nessa Historia.
E não tente me enganar,
Que eu tenho boa memória.
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40=XL
E não fique a contar gloria,
Porque isso eu também fiz.
Pensei que eu era esperto,
Mas como o ditado diz:
-Não existe velho ou novo,
Que não seja um aprendiz.
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41-XLI
Acho que pra ser feliz,
Não precisamos roubar.
Mentir, trair, dar calote,
Ter prazer em enganar.
Eu sou feliz do meu jeito...
-É pior pedir que dar.

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42=VLII
Nunca precisei matar
Se eu matei foi sede e fome,
É tão gostoso ganhar
Pagar o que veste ou come.
E ouvir da boca do mundo,
Dizendo esse honrou seu nome.
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43=XLIII
O velhaco não assume...
Leva uma vida obscena.
Não constrói e só destrói,
Tudo que toca envenena.
Vive na escuridão,
Não é digno nem de pena.
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44=VLIV
Velhaco é gente pequena,
Podre, pobre e leviana.
É calhorda desprezível,
Até dormindo ele engana.
É o pior tipo de gente,
Em toda a espécie humana.
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45=XLV
D-essa raça desumana,
A-inda que seja amigo.
M-ulher, pai, mãe ou um filho,
I-rmão ou parente, eu digo.
A hora que eu descobrir.
O-u muda ou não vai comigo.
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Fim
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02/11/2009

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