terça-feira, 11 de novembro de 2008

Diário de um pãe,Autor;Damião Metamorfose.


09/08/2007, um dia após a partida da minha filha Linda Maria.´



Ah! Filha se tu soubesses

O quanto choro por ti

Relembrando seu sorriso

E os momentos que vivi

Sem você estou morrendo

Ontem quase não dormi


Sei se pudesse escolher

Nunca me diria um não

Mais ainda é tão pequena

Não tem voz, vez, ou razão

E tem que seguir critérios

De quem não usa emoção


Mais eu sei que você volta

Para comigo brincar

E nesse peito inocente

Meu espaço vai ficar

Ai só Deus nos separa

Nosso amor vai triplicar


Agora estou chorando

Mais juro não é tristeza

É que sou um pai bobão

E não gosto de malvadeza

O que foi feito contigo

Foi insensatez, frieza.


Aquele seu último abraço

Ainda aperta o meu peito

Tanto pediu pra ficar

Dormir comigo em meu leito

Mais a voz da vaidade

Não te ouve,não tem jeito


Em breve eu sei tu volta

Muito mais pai eu vou ser

Mais minha dor de saudade

Só insiste em crescer

Esses dias são eternos

Conto as horas pra te ver


A cada amanhecer

Eu tenho a falsa impressão

Que tu vai aparecer

Me chamando de Milão

E me dar aquele abraço

Que apascenta o coração


Mais no decorrer das horas

Volto pra realidade

Ai meu peito se aperta

É tamanha a saudade

Porque tão pequena ainda

Foi vitima dessa maldade


Olho pra rede e não vejo

Olho pra cama também

Cheiro sua roupa suja

Esse cheiro só tu tem

Volte logo minha Linda

Volta logo amor vem...


Sem você,eu sou metade

Em tudo falta um pedaço

Toda a minha energia

Se transformou em cansaço

O meu peito,está um oco

Preciso do seu abraço


Sinto saudade de tudo

Tudo lembra seu sorriso

Perdoe seu pai pecador,
Imperfeito, ou sem juízo

No momento um sofredor

Mais seu amor eu preciso.

09/08/2007, Um dia após a partida da minha filha Linda Maria.



Sessenta dias sem Linda

Sei que vai ser um tormento

Tentei muito evitar

Mais não consegui, lamento

Meu coração se arrebenta

E o amor por ti aumenta

Igual massa com fermento


Você queria ficar

Sei que não queria ir

Agarrada em meu pescoço

Parecia me pedir

Papai me socorra agora

Não me deixe ir embora

Me impeça de partir


Você é muito pequena

Pra entender o meu lado

O quanto me esforcei

Sem obter resultado

Mas quando você crescer

Eu sei que vai entender

Não sou eu só, o culpado


Como um boi vai pro abate

Você saiu dos meus braços.
Levando meu coração

E me deixando em pedaços

Mas tu vai voltar um dia

Pra ter minha companhia

Meus beijos e meus abraços


Quando amo fico frágil

Quem odeia é mais forte

Eu sei que não te perdi

Mais senti a dor do corte

Como um coração parando

O peito se espedaçando

Parecia a dor da morte


Não quero com esses versos

Ser tachado de agressor

Só quero desabafar

Mostrar meu profundo amor

Para que o mundo saiba

Que não ha. peito que caiba

A espada dessa dor.